O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, pediu o apoio do Governo para a comercialização de 1,5 milhão de toneladas de milho. Este volume faz parte do excedente da produção do grão no Estado, que tem contribuído para que a saca de 60 quilos do cereal seja comercializada abaixo do preço mínimo, que é de R$ 17,40/saca.
Foi este o tema da reunião desta quinta-feira (1/08) com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller. No encontro, Schreiner defendeu a operacionalização de instrumentos de sustentação dos preços do grão, como a realização de leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), Contratos de Opção e de Aquisição do Governo Federal (AGF), para estimular a comercialização e provocar a reação das cotações do produto.
Além do baixo valor pago ao agricultor pela saca, outro problema relatado é a dificuldade de estocagem do grão pelos produtores. “Precisamos tirar o milho das regiões produtoras, porque daqui a pouco não teremos nem onde guardar”, justificou o presidente da FAEG. Nos últimos 30 dias, o preço da saca do cereal caiu significativamente. A situação é mais crítica no sudoeste goiano, onde a saca está sendo comercializada, em média, a R$ 15.
Mesmo em municípios onde há maior consumo, como Rio Verde (GO), o preço da saca está em torno dos R$ 16,50, também abaixo do preço mínimo. Contabilizando as duas safras (1ª e 2ª), Goiás colheu 6,6 milhões de toneladas, e o consumo interno foi de 4,9 milhões de toneladas. Desta forma, alertou Schreiner, “as consequências serão graves para o produtor, caso não sejam feitas tais operações, pois ele corre o risco de não cumprir suas obrigações financeiras”.
Estímulo à comercialização – Entre os mecanismos solicitados pelo presidente da FAEG para melhorar os preços do milho, o secretário sinalizou com a possibilidade de realização dos leilões de Pepro e a AGF, que são instrumentos da Política de Garantia dos Preços Mínimos (PGPM). Ambos são utilizados quando o preço de mercado está abaixo do preço mínimo. O Pepro é um prêmio pago ao produtor que comprove a venda do produto pela diferença entre o prêmio de fechamento do leilão e o preço mínimo definido pelo governo federal. No caso da AGF, o governo compra a produção estocada do agricultor pelo preço mínimo.
José Mário Schreiner pediu que as medidas sejam adotadas no curto prazo, em razão do cenário desfavorável ao produtor. “É preciso urgência diante dos baixos preços”, afirmou.
Foto: Divulgação/MAPA
{audio}2013-08-01-jose-mario-mecanismos.mp3{/audio}