Com investimento de aproximadamente 16 bilhões em Goiás, foi lançado nesta terça-feira (5), em Goiânia, o projeto Centro-Oeste Competitivo. A cerimônia foi realizada na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e contou com a participação do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. O governador do Estado, Marconi Perillo, também participou da apresentação do programa e enalteceu a iniciativa.
O Projeto é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com as federações da indústria e da agricultura e pecuária dos estados da região e do Distrito Federal. O lançamento em Brasília, foi realizado no último dia 29 de outubro. O valor calculado em investimento necessário engloba execução de 106 projetos prioritários para ampliar e modernizar a infraestrutura de transportes de Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
“O Centro-Oeste responde por 40% da produção agropecuária do país e os corredores de transporte dos alimentos são os mesmos há 30 anos. A produção é crescente e temos precariedade de armazéns e caminhões no asfalto onerando nossa produção. Enquanto a média de rendimentos de um produtor dos Estados Unidos é 95%, o brasileiro fica apenas com 78%. Com tantos problemas, perdemos a competitividade. Enquanto esperamos 30 anos pela Ferrovia Norte-Sul vemos a ligação entre Xangai e Pequim feita em 32 meses, por exemplo”, completou José Mário Schreiner.
Para o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, o estudo é um passo decisivo no enfrentamento de um dos maiores problemas da Região, que é o custo do transporte de matérias-primas, produtos agroindustriais e minerais, para o Brasil e exterior. “Apenas com a ferrovia Norte-Sul teremos diminuição expressiva de custos e valor de mercado dos nossos produtos. Para alimentar a população do planeta, precisamos de infraestrutura. Estamos na região de maior potencial econômico da América do Sul, precisamos buscar o topo da competitividade”, finalizou.
O governador do Estado, Marconi Perillo louvou a iniciativa das federações em lançar o estudo e afirmou que os gargalos ainda são muito grandes no quesito logística. Ele adiantou que, ainda em 2014 devem ser concluídos 3,5 km de pista do aeroporto de cargas em Anápolis. No total, o investimento, segundo ele, já foi de R$ 100 milhões, apenas neste ano. “Com a conclusão teremos o 2º mais importante aeroporto de cargas do Brasil. Além disso, em 10 anos teremos pelo menos cinco ferrovias. O crescimento está ocorrendo”, completou.
Projetos em Goiás
Conforme o estudo, o setor produtivo da região gasta R$ 31,6 bilhões atualmente por ano com o transporte de cargas, o equivalente a 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Centro-Oeste. A execução dos projetos prioritários para a construção de uma malha logística mais ágil e eficiente trará uma economia anual de R$ 7,2 bilhões no escoamento da produção aos mercados interno e externo, considerando-se o volume de cargas projetado para 2020.
Apenas para o setor ferroviário, o investimento em Goiás é de mais de cinco bilhões. Para o rodoviário, mais de 6 bilhões; hidroviário, 3,74 bilhões; dutos, um bilhão e aeroviário, 35 milhões. No total, cinco projetos carecem de maior investimento, sendo eles: Hidrovia do Rio Paranaíba (500 km), incluindo três eclusas. O valor total ultrapassa 3,5 bilhões.
A duplicação da BR-153, de Anápolis a Tocantins também está no pacote e engloba 537 km. Além da duplicação, o projeto inclui contorno de Anápolis e o contorno leste de Goiânia. O valor total desta obra é de R$ 1,7 bilhão. Denominada FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), a obra com 333 km de extensão implanta um trecho de Uruaçu a Água Boa.
A implantação da Ferrovia Norte-Sul entre Anápolis e Estrela do Oeste possui apenas valor residual, na ordem de R$ 1,9 bilhões. Por fim, entre os principais projetos temos a integração das BRs 060/020, com investimento total de 1,5 bilhões.