As hortaliças pesaram menos no bolso do consumidor nas centrais atacadistas no mês passado. É o que revela o 12º Boletim Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na segunda-feira (18). O estudo avalia os valores praticados nas principais Ceasas do Brasil em novembro deste ano. A maior queda registrada foi do tomate em São Paulo. O preço do produto chegou a cair 28,75% na Ceagesp. O recuo se deve ao aumento da oferta da hortaliça, provocado pelas temperaturas elevadas nas áreas de produção, que apressaram a maturação do fruto.
Segundo o analista técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária (Ifag), Alexandro Alves, os preços dos hortifrútis em Goiás tiveram queda no mês de novembro, em função principalmente da boa oferta ocasionada pelas condições climáticas propícias à produção e a maturação dos produtos, especialmente a ausência de chuvas regulares e temperaturas mais elevadas. “Outros produtos mesmo com a oferta mais baixa no estado, chegam de outros estados, grandes produtores, assim a oferta se equilibra com a demanda e os preços ficam mais atrativos ao consumidor”, diz.
Já os produtos considerados de época, e produzidos aqui, naturalmente fazem com que a oferta se eleve e o preço caia. Porém essa situação de preços mais baixos tende a se reverter agora no mês de dezembro, pela chegada das chuvas regulares o que ocasiona dificuldades na produção já que boa parte dos produtores não conta com ambiente aclimatado no processo produtivo (estufas), assim a oferta tende a diminuir e naturalmente os preços tendem a se elevar ao consumidor.
A maior quantidade de batata e de cebola no mercado atacadista também foi o principal motivo para a queda na cotação das hortaliças. No caso da batata, a ampliação da oferta se deve ao aumento do ritmo de colheita na safra das águas. A oferta de cebola foi incrementada, principalmente pela produção do Paraná e de regiões nordestinas.
Já a cenoura e o alface apresentaram comportamento contrário, registrando alta no último mês. As condições climáticas (altas temperaturas e chuvas intensas) prejudicaram a produção e a colheita da cenoura, influenciando na elevação dos preços. As variações da alface, por sua vez, são típicas de cada mercado, uma vez que a produção da folhosa está localizada sempre mais próxima dos centros de consumo.
Frutas
Banana e melancia também ficaram mais baratas em novembro. A boa oferta de banana nas variedades prata e nanica e a entrada da produção de melancia paulista e gaúcha foram determinantes para a queda nos valores destes produtos.
Maçã e laranja registraram pequenas oscilações, mantendo os níveis de preço estáveis. Já o mamão ficou mais caro em virtude da menor oferta, principalmente nas regiões produtoras do Espírito Santo, Bahia e norte de Minas Gerais.
Além dos produtos analisados, outras hortaliças apresentaram recuo geral nos preços, como pimentão (-31%), vagem (-26%) chuchu (-17%) e beterraba (-11%). A tendência de queda seguiu também em frutas como ameixa (-23%), tangerina (-19%), limão (-16%) e pêssego (-4%).
O levantamento é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do país. Para a análise do comportamento dos preços de novembro, foram considerados os principais entrepostos dos estados de SP, MG, RJ, ES, PR, CE, PE, GO e DF.
Texto: Conab, com informações do Ifag
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