Programa que pretende recuperar 40 milhões de hectares de pastagens é apresentado a produtores na Faeg

Foram detalhadas metas, juros e apoio técnico para transformar áreas degradadas em produção de alta produtividade

A Faeg recebeu, nesta terça-feira (02/12), o assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e coordenador do Programa Caminho Verde Brasil, Carlos Augustin, para a apresentação oficial da iniciativa que propõe um novo modelo de financiamento, modernização produtiva e incentivo à sustentabilidade no campo. A reunião foi acompanhada pela diretoria da Faeg e por produtores rurais.

O programa tem como meta recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, transformando essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem necessidade de desmatamento.

Segundo o Mapa, atualmente o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, sendo 165 milhões em pastagens, das quais aproximadamente 82 milhões apresentam algum grau de degradação. A proposta é transformar esse passivo ambiental em oportunidade produtiva, permitindo praticamente dobrar a área de produção de alimentos no país, sem avançar sobre biomas nativos ou comprometer vegetação natural.

Durante a apresentação, Carlos Augustin destacou que o Caminho Verde Brasil já conta com R$ 30 bilhões disponibilizados e mais R$ 10 bilhões em aprovação, estes últimos voltados especialmente para pequenos e médios produtores. “Hoje o produtor encontra no mercado juros de até 18% ao ano, taxa comercial. No Caminho Verde, a taxa deve variar, de acordo com o banco que ele procurar, seja Banco do Brasil ou outro , entre 8% e 12% ao ano. O Tesouro Nacional captou os recursos no exterior. Agora, os bancos que vão ofertar o crédito ao produtor vão arcar com uma parcela de recursos próprios, e a outra virá do Tesouro Nacional”, explicou.

Para acessar o crédito, o produtor precisa apresentar um projeto técnico consistente, com diagnóstico da área, comprovação da posse ou propriedade e o plano de recuperação da pastagem. Com isso, os agentes financeiros conseguem liberar o crédito mais rapidamente e com juros melhores.

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, destacou a importância de se oferecer alternativas para que o produtor consiga aumentar a produtividade nas áreas em que já trabalha. “O homem e a mulher do campo querem produzir, querem investir. Mas, de fato, precisam de incentivos que permitam que isso seja possível. Nós, aqui da Faeg, em especial por meio do Senar Goiás, sempre apoiamos os produtores na recuperação de áreas degradadas. Oferecemos capacitação, assistência técnica e orientação para que cada propriedade consiga alcançar melhor eficiência sem a necessidade de explorar novas áreas”, reforçou.

O gerente técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, ressaltou que a iniciativa tem um potencial importante em Goiás.

"Temos clima favorável, tecnologia disponível e produtores cada vez mais comprometidos com práticas sustentáveis. O Caminho Verde Brasil vem como uma oportunidade para as propriedades aumentem sua eficiência, reduzam custos e melhorem seus indicadores ambientais. É uma oportunidade para transformar áreas degradadas em áreas produtivas e rentáveis.”

O produtor que aderir ao Caminho Verde Brasil precisará comprovar a evolução ambiental na propriedade. “Nós queremos que o produtor saiba fazer balanço de carbono, plantio direto, cobertura morta e que, com isso, em pouco espaço de tempo, consigamos produtos com selos sustentáveis. Assim, teremos produtos de baixo carbono, com boa competitividade internacional, sem desmatar, alimentando o mundo com segurança alimentar”, concluiu o coordenador do programa.

Comunicação Sistema Faeg/Senar