Agronegócio goiano ajuda a elevar PIB

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Produção de grãos e de carne bovina em Goiás contribui para crescimento de 0,6% da economia brasileira no 3º trimestre

A economia brasileira voltou a crescer no terceiro trimestre deste ano. O avanço de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas geradas no País, em relação ao segundo semestre, foi puxado pela agropecuária, que cresceu 1,3% na mesma comparação. Apesar de Goiás participar com apenas 2,8% do PIB brasileiro, a produção goiana de grãos e carne tem um peso considerável na agropecuária do País.

Goiás é um dos Estados líderes no ranking nacional da produção de commodities minerais e agrícolas. O Estado é responsável por quase 10% da produção brasileira de grãos e de carne bovina. O analista técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, explica que o resultado positivo do PIB do setor em nível nacional também tem influência de culturas que foram colhidas em Goiás no terceiro trimestre, como milho safrinha e algodão. Ele lembra que a produção goiana de milho foi recorde este ano, além de o Estado avançar muito na safra de algodão.

O incremento do abate de bovinos também contribuiu para o incremento do PIB. Mas, como as exportações tiveram queda de 2,8% no período, a estimativa é de que essa produção frigorífica ainda estivesse mais voltada para o mercado interno no terceiro trimestre, ou seja, para o consumo das famílias brasileiras. "O impacto das exportações de carne bovina deve ser bem maior no quarto trimestre, quando o aumento das vendas para países como a China deve pesar mais no desempenho econômico do País", avalia.

Consumo

Depois de ficar estagnado no primeiro trimestre, o PIB do País já tinha crescido 0,5% no segundo trimestre. No terceiro trimestre, a indústria avançou 0,8%, a maior alta desde o quarto trimestre de 2017, puxada pela indústria extrativa, que cresceu 12%, compensando a queda de 1% da indústria de transformação. O economista e professor Aurélio Trancoso lembra que Goiás contribui com a produção industrial de alimentos e bebidas, além de ser produtor de minérios. O Estado também é destaque na indústria de fármacos, com destaque para produção de medicamentos genéricos, e na fabricação de automóveis e de etanol.

O consumo das famílias, que tem um peso de 65% na economia, também avançou 0,8% no período. Fatores como queda dos juros, expansão do crédito e entrada dos recursos do FGTS contribuíram para esse bom desempenho, apesar da pouca reação no emprego. O economista prevê que a economia deve continuar deslanchando de agora em diante, mesmo que não seja num crescimento exponencial.

Construção

O presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, ressaltou o crescimento da indústria da construção civil no País. Este setor avançou 1,3% na comparação com o segundo trimestre deste ano e 4,4% sobre o mesmo período de 2018. "Essa indústria da construção está mostrando a maior disposição do consumidor para comprar", destaca Mabel.

Ele lembra que a indústria de alimentos e bebidas responde por 40% da produção industrial goiana. "Produzimos muita coisa que gera riquezas aqui e segue para venda em outros Estados, como leite e biscoitos", ressalta. A estimativa é de que 70% dessa produção vá para outras regiões. Segundo ele, a indústria goiana só consegue ser competitiva nacionalmente por conta dos incentivos fiscais, já que o frete destes produtos para outras regiões tem um peso considerável nos custos das empresas. "Com o Protege já perdemos boa parte dessa competitividade."

"Crescimento pode ser cada vez menor em Goiás"

Apesar do resultado ter vindo melhor do que o mercado esperava, o resultado do PIB nacional ainda mantém a economia brasileira em patamar semelhante ao que se encontrava no terceiro trimestre de 2012. Para o presidente da Fieg, Sandro Mabel, o País reencontrou o caminho do crescimento. Mas ele adverte que essa geração de riquezas no Estado deve crescer cada vez menos, a partir de agora, com a redução da competitividade das indústrias goianas em relação ao restante do País. "Os incentivos fiscais sempre foram importantes para equalizar o frete. As indústrias de alimentos do Estado são exportadoras, mas, se continuarmos perdendo essa vantagem competitiva, teremos queda no PIB industrial do Estado, mesmo com o aumento do consumo", prevê Mabel. Ele aponta a proposta de manutenção do Protege, que tem tributação de 15% sobre os incentivos, como a maior causa atual deste problema.

Fonte: O Popular

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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