Agro torce por melhorias após aprovação do impeachment

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Manifeto Bsb Larissa Melo 08Michelle Rabelo e Murillo Soares, de Brasília (com informações da CNA)

Com presença maciça, produtores rurais de todo o Brasil marcharam a Brasília no domingo (17), em prol do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Liderados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e organizados por suas respectivas Federações, mais de 15 mil pessoas se concentraram na Praça Portugal. Só a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) levou 52 ônibus, com pessoas de todos os cantos de Goiás, para o movimento, que caminhou rumo à Esplanada dos Ministérios.

Manifeto Bsb Larissa Melo 42Da cidade de Mineiros, sudoeste de Goiás, Sérgio Dias Nogueira, 33, acredita que o que motivou as pessoas a saírem de suas casas e irem até a capital federal foi o desejo de mudança. “Hoje, há um atraso na política e na economia com a crise que se instalou em nosso país”, disse. Segundo informações da CNA, algumas caravanas de estados mais afastados, como Paraná, por exemplo, ficaram 24 horas nas estradas para chegarem a Brasília em tempo.

O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, um dos líderes que encabeçou o movimento em Goiás, defendeu um país justo. “O Palácio do Planalto, nos últimos dias, não se parece com um lugar do povo, e sim de um partido”, bradou. Segundo ele, o brasileiro, sobretudo, o produtor rural, não pode viver em um país onde os maiores representantes do povo não respeitam as leis.

É uma opinião similar à de Natália Ruschi, de Quirinópolis. “Estou do lado do meu país. E esta é a única chance que temos de fazer a diferença no Brasil”, afirmou. O resultado da votação na Câmara dos Deputados, continuou ela, é para o bem da população, principalmente para o Agronegócio. Filha de produtor rural, ela salientou que, desde o governo do ex-presidente Lula (PT). “Eu percebi que a tendência era só desandar”, disse.

Manifesto Bsb Larissa Melo 191Apoio
Engrossando o coro da caminhada pró impeachment, o senador da República Ronaldo Caiado fez uma breve aparição no evento, ressaltando a importância do dia de hoje para a história do Brasil. “Caso este projeto vá para o Senado, vocês podem deixar comigo”, salientou, confiante. Promessa esta que deverá ser cumprida nos próximos dias.

O presidente da CNA, João Martins, falou que a aprovação do projeto do impeachment dá início a uma nova era no país. “O afastamento da chefe de Estado permitirá a pacificação da sociedade, adoção de mudanças na economia e reformas estruturais necessárias para tirar o Brasil do fundo do poço”, opinou. Conforme disse, é a hora de “etirar do poder um Governo que jogou a economia na maior recessão da história, agravou o desemprego e não garantiu a segurança jurídica no campo, sendo omisso em relação às invasões de terras produtivas que acontecem em quase todas as regiões produtivas do país”.

Na mesma linha, seguiu o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões. Segundo ele, a população – sobretudo os produtores – entenderam a gravidade da atual situação em que o país se encontra e decidiram apoiar o projeto. “O Agronegócio, tradicionalmente, é o último segmento da economia a sofrer com as consequências, mas o setor já vinha sentindo efeitos negativos com a queda do poder aquisitivo da população. Diante dessa realidade, não existe outro remédio, que não seja a aprovação do impedimento da presidente da República”, bradou.

Manifesto Bsb Larissa Melo 224O resultado
Entoando palavras de ordem, após maior concentração de pessoas na Praça Portugal, o grupo seguiu à Esplanada dos Ministérios, onde havia telões para acompanhar a sessão da Câmara em tempo real. Primeiro, por volta das 15h, os parlamentares fizeram alguns discursos e somente às 18h começaram a votar.

O “placar” só foi finalizado às 22h30, com ampla vantagem para a oposição da base governista: 367 deputados votaram a favor do impeachment, enquanto 137 foram contrários. Na bancada goiana da Câmara dos Deputados, dos 17 parlamentares, apenas um votou contra o pedido: Rubens Otoni, do PT.

Segundo José Mário Schreiner, esta foi a única saída não só para o Agronegócio, mas para a sociedade como um todo. “O que estamos fazendo aqui, demonstrando nosso apoio ao impeachment, tem uma importância imensurável. Agora, com a aprovação da sequência do projeto de impeachment, o Brasil escreverá uma nova página de sua história”, sublinhou. “Só assim acabaremos com o caos que se instalou no país”, continuou.

Em defesa do Agro
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil abraçou a causa do impeachment da presidente Dilma Rousseff após uma declaração feita pelo tesoureiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A fala dele incitou à invasão das propriedades rurais e o discurso foi aplaudido pela chefe de Estado. “É inadmissível que algo tão sério fique em branco”, sublinhou Schreiner.

“Desde este episódio, carrego no peito uma indignação que, tenho certeza, é partilhada por milhares de pessoas”, continuou. “Eu, como produtor rural e líder classista, tenho a obrigação de cuida de quem planta , colhe e planta, movimentando a economia nacional”, ressaltou ele. Segundo ele, a ideia do movimento é devolver o verde e amarelo ao nosso país, cores que representam a dignidade e o suor do trabalhado de tantos homens e mulheres espalhados pelo Brasil.

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