Nayara Pereira
Dando continuidade à capacitação e agregando conhecimento ao melhoramento produtivo da bacia leiteira de Goiás, cerca de 60 técnicos que acompanham fazendas voltadas para o melhoramento e rentabilidade do leite nos quatro cantos do estado, participam do Encontro de Técnicos Goiás Mais Leite – Metodologia Balde Cheio 2015. Os técnicos chegaram à Goiânia nesta segunda-feira (11) e ficaram até a próxima sexta-feira (15), onde participam de palestras, orientações sobre a metodologia e novos conhecimentos relacionados a área.
Apresentando os pontos alcançados desde a implantação do programa e as mudanças significativas na renda do pequeno produtor rural, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), José Mário Schreiner elogiou o trabalho desenvolvido pelos técnicos e deu as boas-vindas aos novos integrantes do programa.
“Depositamos hoje uma expectativa muito grande na metodologia Balde Cheio, por isso que a cada dia o programa está ampliando. Mas apesar de tudo isso, temos um desafio pela frente, que é a questão da assistência técnica, o acompanhamento, que se faz fundamental aos nossos produtores rurais”, enfatiza.
Um dos fatores que segundo José Mário, dificulta o processo de melhoramento da produção, é a falta de informação e conhecimento dos produtores. Realidade que está presente nas produções diárias do homem do campo. “Cerca de 85 mil famílias do nosso estado precisam de um apoio e um acompanhamento técnico mais extensivo na produção. E uma das dificuldades é a falta de acesso às novas tecnologias, que muitas vezes dificultam o aumento da renda”. O presidente, cobrou empenho dos técnicos para que esse número diminua gradativamente.
Educação e Assistência Técnica
Para mudar a realidade no campo, e equipar a situação frente à agricultura de economias mais desenvolvidas e que auxiliem o trabalho dos produtores rurais, o superintendente da entidade, Eurípedes Bassamurfo da Costa, ressaltou sobre um trabalho mais completo que não envolve apenas as técnicas simples de manejo, mas um trabalho que fortaleça os vínculos entre produtor e técnicos na restauração da renda tirada do leite.
“Onde existe perspectiva de crescimento, técnicos e produtores devem caminhar juntos. As novas formas de produção e manejos devem ser aplicadas para que o resultado seja o diferencial na produção. As novas tecnologias, são os fatores fundamentais para a mudança”, ressalta.
Para Bassamurfo, o programa Goiás Mais Leite vai além da assistência técnica, ele agrega profissionalização e educação, além de um novo olhar sobre as novas demandas do mercado. “A cada dia vemos uma mudança no cenário econômico, e isso é um fator fundamental para a bacia leiteira de Goiás. Com novos conhecimentos, técnicos e produtores rurais transformarão o Estado em pioneiro na produção”, destaca.
Novos rumos para os produtores de Cezarina
O médico veterinário e técnico do Balde Cheio da cidade de Cezarina, Bruno de Sousa, começou o trabalho de assistência técnica com os produtores rurais do município há quatro anos. A adesão segundo ele, superou as expectativas e grande parte dos produtores adotaram a metodologia com sucesso.
No total, 25 produtores têm em sua produção diária as técnicas do programa. Desde a implantação, o melhoramento teve um avanço significativo no que antes era dificuldade para os produtores da região. “Indiscutivelmente todos os participantes teve um destaque, alguns se sobressaíram e melhoraram mais do que os outros. Teve caso de produtores, triplicar em dois anos a sua produção, alguns já estão com a irrigação montada, e olha que nosso trabalho ainda está na metade”, destaca o técnico.
Hoje, além dos produtores que já fazem parte do programa, outros pretendem investir no melhoramento da atividade leiteira da cidade, usando como exemplo os próprios colegas que aderiram ao programa. “Mesmo os que não participam do programa, o interesse em aumentar a produção diária de leite, fez com que as procuras pela profissionalização através dos cursos do Senar Goiás voltados para a área leiteira, voltem os olhares para o avanço na produção”.
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