Michelle Rabelo
As relações comerciais entre indústrias e produtores vão muito bem até que um dos lados não consegue cumprir com suas obrigações. Foi o que aconteceu com o Grupo JJZ, que precisou entrar com um pedido de recuperação judicial para tentar quitar suas dívidas junto aos credores, criadores de bovinos, goianos. Com a notícia, muitos produtores vêm perdendo o sono e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) pretende acompanhar os processos: judicial e de negociação, além de orientar quem compõe a lista de credores. O próximo passo será a elaboração de um plano de recuperação judicial e assim que o documento estiver pronto, ele será submetido a uma assembleia com a presença dos credores pecuaristas.
O grupo, que é composto pelas empresas: JJZ Participações S/A, Alimentos S/A, Peixe Brasil Indústria, Comércio e Exportação de Pescados Ltda. e HC Empreendimentos Ltda., possui um montante em aberto, que ultrapassa R$ 47 milhões e diz respeito a acertos trabalhistas, dívidas quirografárias (grupo que engloba os produtores rurais) e saldos que devem ser quitados junto às microempresas.
O pedido de recuperação judicial foi feito, junto à 1ª Vara Cível da Comarca de Goianira, no último dia 24 de junho e diz respeito às dívidas com bancos, fundos de investimentos e fornecedores. Ou seja, é um aviso oficial de que as empresas atravessam uma crise financeira e que não possuem condições de arcarem com as dívidas, sem uma negociação especial. No dia 25 a juíza, Ângela Cristina Leão, aceitou o pedido e concedeu ao grupo um prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial, informando aos credores como as dívidas serão pagas, em qual prazo e como fará isso.
Segundo a assessora jurídica da Faeg, Rosirene Curado, a entidade vai prestar assessoria com informações como prazos, possíveis medidas a serem tomadas e a diferenciação do tratamento legal de cada tipo de credor. Rosilene destaca a importância de o produtor verificar as possíveis divergências de dados e valores. Assim que o plano de recuperação judicial estiver pronto, ele será submetido a uma assembleia com a presença dos credores pecuaristas, que poderão sugerir mudanças.
O pecuarista Oswaldo Guimarães, que integra a lista de credores do JJZ, alerta para a importância da participação de todos. “Nessa assembleia vamos tomar decisões e discutir pontos importantes. São pontos que, com toda certeza, mudarão o rumo das nossas vidas. É preciso nos unirmos”, completa.
A Faeg se propôs a acompanhar todo o trâmite e colocar seu departamento jurídico à disposição para esclarecimento de dúvidas e orientações no âmbito legal. Além disso, a entidade já está trabalhando em uma mobilização: entrando em contato com os credores e destacando a importância do acompanhamento por parte dos mesmos. Em nota, o grupo disse que “não poupará esforços para superar este momento de dificuldade e honrar com o pagamento de seus credores”.