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Especialistas discutem mercado e perspectivas para a pecuária

Debate foi realizado na etapa final do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro. O Senar Goiás participou com análise sobre pecuária de corte
06 11 Bovinocultura Leite GERAL


Os custos de produção da pecuária no país e no mundo e as perspectivas para o próximo ano foram discutidos por especialistas e pesquisadores do setor, na terça (5), durante o evento “Benchmark Agro”, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Os dados técnicos e econômicos, além das expectativas para os próximos anos, foram debatidos em dois painéis. O encontro reuniu especialistas, pesquisadores, presidentes de federações estaduais de agricultura, diretores, produtores e representantes de entidades do setor.

O primeiro painel teve como tema “Pecuária de Leite - Um olhar sobre as propriedades mais rentáveis e eficientes no Brasil” e foi moderado pela assessora técnica da CNA, Larissa Mouro.

Painel debateu a rentabilidade e eficiência de propriedades leiteiras no Brasil

Na abertura do debate, Larissa falou sobre a importância da pecuária leiteira. “Como outras atividades, temos muitos desafios para conseguir rentabilidade, mas é possível com estratégias diferenciadas com relação à gestão de custos de produção e gerenciamento de risco de preço e compras estratégias de insumos e animais para engorda e reposição. A gente está aqui para mostrar isso, que tem propriedades rentáveis e competitivas como em outras atividades”, destacou.

O painel contou com a participação do analista do Sebrae em Minas Gerais, Thiago Rodrigues, do pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, e do especialista de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Santa Catariana, Fernando da Silveira.

Segundo Silveira, a eficiência é crucial para a competitividade, independente do sistema de produção. “A intensificação do sistema de produção e a otimização dos recursos estão diretamente relacionados à maximização da margem por hectare. A questão da alimentação também tem impactado e temos estimulado a produção de volumosas e a gestão nutricional nessas propriedades”, afirma.

Rodrigues apresentou o projeto Educampo, desenvolvido no Sebrae/MG e mostrou os principais dados. “Temos hoje 37 empresas parceiras, cerca de 100 consultores especialistas e mais de 1,4 mil propriedades atendidas com uma faixa de produção de 1,3 milhão de litros por dia”, contextualizou.

Segundo ele, são visíveis os benefícios que a assistência técnica proporciona. “Os produtores com melhores resultados representam 25% dentro da amostra de 560 produtores que investiram na própria atividade ou reinvestiram nos últimos 12 meses 32% do seu resultado de margem bruta. Esse foi o grande diferencial para os mais rentáveis”, afirmou.

Ronei Volpi, presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite, Larissa Moura, Thiago Rodrigues, Fernando Silveira e Glauco Carvalho

Carvalho fez uma apresentação que abordou o mercado internacional do leite, oferta e demanda, balança comercial e a atividade econômica, além dos preços e margens de lucro para o produtor.

“A oferta de leite está limitada, mas com tendência de aumento e de desaceleração nos preços. O custo de produção teve pequena alta”.

Para ele, o cenário segue positivo para 2025, mas com pequena deterioração. “Com maior oferta global, os preços ficam mais baixos. Por outro lado, com um Produto Interno Bruto (PIB) pior no Brasil, ocorre maior oferta de leite e queda dos preços para o produtor”, disse.

Pecuária de Corte - O último painel do evento teve como tema “Pecuária de Corte - Análise de desempenho econômico e sustentabilidade nos sistemas produtivos”.

O debate foi conduzido pelo coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco, com a participação do diretor do Instituo Inttegra, Antônio Chaker; do assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro, e do especialista em ATeG de Goiás, Gustavo Freitas.

João Paulo (esq.), Antonio Chaker, Gustavo Freitas e Rafael Ribeiro (direita)

Ribeiro fez uma contextualização do mercado da pecuária de corte, abordando a situação dos preços, oferta e demanda. Ele também apresentou os impactos no campo, com resultados dos painéis de pecuária de corte do Campo Futuro, além das perspectivas para 2025 e desafios futuros do setor.

Os dados do Campo Futuro foram consolidados a partir de propriedades modais de cria, recria e terminação, ciclo completo e confinamento nos estados de Rondônia, Goiás, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

A análise de painéis por diferentes regiões e sistemas de produção mostrou que os produtores que conseguiram resultados melhores estavam adotando estratégias diferenciadas com relação à gestão de custos de produção, gerenciamento de risco como a integração lavoura-pecuária, e estratégias em relação ao sistema de produções, como a utilização de fêmeas com preços mais baixos para engorda.

Ribeiro também falou sobre as expectativas para o mercado do boi em 2025. “A previsão é de menor disponibilidade de bovinos no Brasil, frente ao aumento nos abates de fêmeas em 2023 e 2024. E temos expectativas positivas com relação ao consumo doméstico, que responde por 70% da demanda de carne bovina”, disse.

Debate tratou da análise de desempenho econômico e sustentabilidade nos sistemas produtivos

Ele também pontuou a boa demanda por carne bovina no mercado internacional (+0,5%) e menor oferta (-0,8%) em 2025. “A atenção vai para os custos de produção com possíveis impactos climáticos, como o La Nina, a oscilação do dólar, e os desafios pelas possíveis escaladas de guerras”, disse.

Freitas apresentou os dados da eficiência de produção das propriedades de pecuária de corte atendidas pela ATeG em Goiás. “Em 25% das propriedades com melhor rentabilidade por área temos uma margem por área produtiva de R$ 2.948 por hectare e uma área produtiva média de 85,4 hectares, com um Custo Operacional Efetivo (COE) de 50,9% e uma margem anual de R$ 188 mil por produtor”, disse.

Ele também destacou as técnicas adotadas por essas propriedades que apresentaram maior eficiência. “São práticas como a seleção de matrizes, terminação de animais, intensificação das pastagens, produção de silagem, fabricação de ração, presença de balança para acompanhamento dos animais, manejo racional e precocidade”, explicou Freitas.

Chaker apresentou um panorama sobre o setor e as perspectivas para os próximos anos. Para ele, a pecuária está em momento de transição para uma atividade cada vez mais sustentável.

“A pecuária brasileira tem o potencial de se tornar uma força significativa na luta contra as mudanças climáticas. A chave para essa transformação está em adotar tecnologias e processos biológicos que melhorem a qualidade do solo e aumentem a produtividade das fazendas, com foco em sustentabilidade”, afirmou.

Projeto Campo Futuro – A iniciativa é realizada pela CNA e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em parceria com universidades e centros de pesquisa para levantamento dos custos da produção agropecuária e geração de informação para o gerenciamento rural.

Neste ano, foram realizados 154 painéis, em 125 municípios, distribuídos por 20 estados, para levantar os custos de produção de mais de 40 atividades agropecuárias. Ao todo, participaram 1,5 mil produtores e produtoras de todo o país.

O projeto Campo Futuro abrange as cadeias de grãos, cereais, frutas, hortaliças, silvicultura, café, pecuária de leite, avicultura, suinocultura, aquicultura, pecuária de corte, entre outras.

Comunicação Sistema Faeg/Senar com informações da CNA

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