Nayara Pereira
Na última semana, a Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), se reuniu com produtores para discutir o atual cenário do setor as perspectivas para a atividade leiteira no estado. Na ocasião, também foram debatidos temas como o Projeto Leite Saudável, cenário e perspectiva do mercado de milho, além de informações sobre a última reunião da Comissão Nacional de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Um dos temas que comandaram a discussão foi o impacto da falta de chuva na atividade. Segundo a entidade, são muitas as complicações enfrentadas pelos produtores em decorrência da forte estiagem dos últimos meses, o que representa um problema sério que tem afetado muitos municípios.
A reunião foi comandada pelo presidente da Comissão, Antônio Pinto, e pelo gerente de assuntos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes. Também participaram do encontro representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e produtores do setor.
Perspectivas para 2016
Mostrando o cenário do setor para 2016 aos produtores presentes, Edson destacou que o custo de produção será mais alto em relação ao ano passado. “Um dos fatores para que isso acorra é a falta de chuva. O clima será fator determinante para a produção, sem a chuva um dos principais alimentos para o gado, que é o milho, estará em falta, o que pode elevar os custos de produção”, disse.
O gerente também destacou que os produtos lácteos como queijos e iogurtes, têm perdido espaço nos lares brasileiros. “Depois de uma contração estimada de 1% no consumo per capita de lácteos em geral no Brasil em 2015, a demanda no país deve recusar mais 4% este ano”, explicou. A estimativa foi levantada pelo banco holandês Rabobank sobre o segmento de lácteos no Mercosul.
A retração no consumo desses produtos após anos de crescimento expressivo no país afeta as margens da indústria de lácteos que enfrenta também menor oferta de matéria prima e alta dos custos do leite. “O produtor deve estar preparado para um ano de restrição de ofertas e limitação na demanda”, ressaltou o gerente.
Diante do cenário desenhado pelo gerente técnico, os produtores presentes na reunião apontaram para a importância de repensar a eficiência dos produtores rurais no mercado, principalmente no que se refere à profissionalização na hora de fazer negócio com as indústrias de leite.