Luiz Fernando Lemes
Com o objetivo de organizar a cadeia produtiva da equideocultura (ramo que envolve a criação de equinos – cavalos -, asininos – asnos, burros e jumentos – e muares - mulas), representantes do setor tem se encontrado periódicamente para discutir, entre outros pontos, o bem-estar animal e o cadastro de estabelecimento de equídeos.
Os temas foram debatidos durante o último encontro entre a Comissão de Equideocultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás e representante dos Sindicatos Rurais e das associações de criadores.
Entre as preocupações, destaca-se a necessidade de levar orientações sobre o bem-estar animal em eventos que envolvem a presença de equinos, como em cavalgadas realizadas no interior de Goiás, com atenção especial para o excesso de peso em carroças e os perigos relacionados às bebidas alcoólicas e a condução.
Segundo a assessora técnica da Faeg para a área de Pecuária, Christiane Rossi, há a necessidade de envolver a Cavalaria da Polícia Militar e Sindicatos Rurais durante as orientações. “Temos o interesse de nos reunirmos com essa organização para posterior orientação aos realizadores desses eventos, para evitar excessos e outros problemas visando o bem-estar do animal bem como a segurança dos participantes”, afirma.
Outro tema abordado foi referente à forma de realização do abate sanitário. A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) se dispôs a estudar a implantação da eutanásia com a utilização de medicamentos para este fim. Hoje, o abate é feito por um policial acompanhado por um fiscal da Agrodefesa.
Cadastro de estabelecimento de criadores
Com a intenção de estabelecer efetivo controle e uma melhor compreensão sobre a cadeia de equideocultura, os criadores terão que preencher o cadastro de estabelecimento de equinos, com informações sobre o número de animais, idade, endereço da propriedade e outras referentes ao estabelecimento. Para normalizar a situação, os produtores devem procurar os escritórios da Agrodefesa e atualizar o cadastro.
A Faeg e o Senar se disponibilizaram a produzir um material impresso informativo para a divulgação sobre o cadastro em sindicatos e associações de criadores.
Outro ponto levantado foi em relação ao Guia de Trânsito Animal (GTA) quando houver a necessidade de transporte urgente de equinos. Em muitas ocasiões, ocorrem acidentes com cavalos em treinamento. Assim, o criador tem a necessidade de transportar o animal e acaba não emitindo a guia. “Hoje, se um animal for pego circulando sem GTA, o produtor será multado. Foi orientado pela Agrodefesa que caso o criador seja multado em trânsito, apresente no processo de defesa, os laudos do veterinário ou outros documentos que comprovem a permanência no hospital veterinário”, comentou Christiane.
Para a emissão de Guias de Trânsito Animal para a espécie, os animais devem obrigatoriamente originar-se de GTA de entrada ou de nascimento. Em casos de baixas, o produtor deverá comprovar GTA de saída ou comunicação de mortalidade na Agrodefesa.