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Faeg e produtores discutem ações contra Grupo Farias

Reunião Larissa Melo 16Murillo Soares

Credores e arrendantes do setor sucroenergético de Goiás se reuniram nesta sexta-feira (3) na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para tratar de uma pauta recorrente entre eles: o Grupo Farias. A empresa, que recentemente entrou em processo de Recuperação Judicial, tem até o dia 5 de julho para apresentar um plano de dívidas que possa ressarcir todo o valor que deve ao credores e arrendantes. De acordo com a planilha publicada no processo de Recuperação, o montante devedor gira em torno de R$ 899,7 milhões a nível nacional, uma vez que esta situação não é exclusiva em Goiás.

O Grupo Farias tem três usinas no estado: em Itapaci, Itapuranga e Anicuns. Representantes dos três municípios - e arredores - estavam lá para serem amparados e aconselhados. “Como toda recuperação judicial, o plano deve ser bom pra eles e ruim pra gente. Pagar em 10 anos ou algo assim”, afirma o representante da Associação de Produtores de Cana de Goiás, Ataualpa Nasciutti. “Esse grupo tem trazido problemas aos produtores há cinco anos”, continua. Segundo ele, a empresa faz acordos com os produtores do setor, combinando pagar um pouco da quantia, e não o valor total. Isso quando tentam combinar algo, explica ele.

Reunião Larissa Melo 08O arrendante Caio Peixoto, do município de Anicuns, tem 13 anos de contrato com a empresa, mas não recebe há 17 meses. “Eles nos transmitiam esperança, afirmavam que os preços do álcool e do açúcar melhorariam, e demos nosso voto de confiança. De repente, soubemos do processo de Recuperação Judicial”, conta. Assim como ele, há cerca de 425 produtores afetados em todo o estado. Em Goiás, só com produtores independentes de cana-de-açúcar e arrendantes de terra, o montante da dívida é de aproximadamente R$ 55,7 milhões e o número total de credores (dívidas trabalhistas, pequenas empresas, crédito real, bancos, produtores rurais e outros) é 3430.

Além de dar todo o apoio e suporte necessários para o setor, a Faeg também ajudará a conferir os valores de dívida de cada um que procurar a Federação. É o que afirma o presidente da entidade, José Mário Schreiner. “Precisamos fazer este ajuste, cruzando os dados. Pode ser que para um falem que o valor total é R$ 10 mil e, na verdade, acaba sendo o dobro”, afirma. Segundo ele, luta da sigla também é pela interlocução com o Grupo Farias que, por diversas vezes, não se mostrou disposto ao diálogo.

“Os produtores estão bastante pessimistas com a situação, já que a situação vem se arrastanto por muito tempo”, continua Schreiner. “Os agropecuaristas, em uma situação de Recuperação Judicial, são os últimos a receberem o dinheiro, quando, na verdade, deveriam ser tratados como credores primários. Afinal, se não fossem pelo seu produto, a empresa iria à falência porque ficaria sem fornecimento, concorda?”, indaga.

Reunião Larissa Melo 24União

Representando seu pai, Laércio Siqueira, do município de São Luiz do Norte, só quer resolver o impasse da melhor maneira possível. E, para ele, a saída adequada é uma união entre os produtores através de um único advogado, por sindicato, respondendo pela região do município. “Se cada um tiver seu próprio representante, os custos e o deslocamento serão maiores. Mas se houver um para cada localização, todas as decisões serão mais fáceis de se tomar”, explica.

Caio também preza pela decisão em grupo e apoia um único profissional para um grupo de produtores. Ataualpa Nasciutti sugere que a Associação contrate este representante, que possa falar pelo coletivo em Cortês (PE), onde o processo foi aberto. “Até mesmo para que o pagamento não fique pesado para ninguém, sugerimos esta ideia”, diz. A atitude ainda demonstra, continua ele, que o setor sucroenergético é unido e tem força.

Negociações

A documentação do processo de Recuperação Judicial corre no município pernambucano de Cortês, a 86km de Recife. A dívida é nacional e só Goiás representa 8% de todo o montante. O Grupo Farias tem 60 dias para apresentar um plano de pagamento aos produtores. Este prazo termina em 5 de julho, mas a classe já tem se mobilizado há um tempo para se respaldar de qualquer contratempo e negociação considerada, por eles, injusta. “Esperamos que eles nos proponham pagar a dívida em até 10 anos e é justamente isso que queremos evitar”, sublinha Ataualpa.

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