Murillo Soares
Na última semana, o Sistema Faeg e o Senar Goiás entregou doações para o Hospital Araújo Jorge. Durante todo o mês de novembro, na sede das entidades, os colaboradores doaram bolachas, que servirão para os projetos “Chá das Nove Horas” e “Chá das Cinco Horas” da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG). Segundo a Assistente Social responsável pelo Voluntariado da entidade, Ângela Machado, as doações entraram no acolhimento que o hospital oferece nos seus ambulatórios, onde os pacientes aguardam para fazer tratamentos, exames ou consultas.
“Muitos chegam tão cedo no hospital que nem têm tempo – ou condições – de tomar café da manhã”, explicou Ângela. “Dividimos um pacote de bolachas em 1.100 pacotinhos e oferecemos, juntamente com chá, às 9h e às 17h”, complementou. Por isso, diz ela, precisa-se doação contínua e não apenas de biscoitos: “Copinhos, saquinhos de chá...qualquer doação é muito bem-vinda”. Ela frisou que o que parece “pequeno” nos olhos de quem doa acaba se tornando “grande” para quem recebe. “Se cada um doar um pouquinho temos uma quantia enorme”, destacou.
Rejane Alves, assessora de Gestão de Pessoas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), e Vanessa Benevides, gestora de Recursos Humanos da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg) encabeçaram a campanha no Sistema. “A arrecadação fez parte da nossa campanha do Novembro Azul, uma continuação do Outubro Rosa, que contou com palestra e a conscientização dos funcionários”, disse Rejane.
“O Sistema Faeg/Senar sempre teve essa humanização e preocupação com o próximo”, afirmou Vanessa Benevides. Para ela, este ano tem sido gratificante devido às ações voluntárias que as entidades têm feito. “Além do Outubro Rosa, neste mesmo mês arrecadamos brinquedos para levar a crianças carentes”, contou. E, segundo ela, o Novembro Azul foi ainda mais gratificante, tendo em vista o bom resultado alcançado entre os colaboradores, humanizando a empresa.
Doação de alegria
Durante a entrega das bolachas, a assessora de comunicação do Hospital, Liciene Coelho, acompanhou a equipe de nove pessoas do Sistema Faeg/Senar pelos corredores da instituição de saúde. O intuito era para que soubessem para onde suas doações iriam. Linara Ferreira Alves, auxiliar técnico-administrativo do departamento de Logística e Manutenção, conta que a visita a ensinou a valorizar melhor os detalhes de sua vida. “Ações assim nos tornam mais humanos, vemos melhor a necessidade do outro. É a doação de carinho, sorriso e afeto”, destacou. “Não é só o social, é o emocional”, ressaltou Rejane. Para ela, a autoestima é uma das peças fundamentais para quem passa por este tipo de tratamento.
“Por isso gosto de ser sempre feliz”, afirmou Maria Divina Rodrigues, auxiliar de limpeza da Federação, que completou dizendo que não reclama de sua vida, pois tem noção de que há pessoas em situação bem pior e não resmungam. “Desde sempre tenho em mim esse conceito de que ajudar faz bem. No hospital vemos situações que fazem abrir nossos olhos e refletir sobre nossas lamúrias. Muitas vezes reclamamos de barriga cheia”, opinou. Ela viu que diversas pessoas nos corredores da instituição passam por problemas sérios e nem por isso deixam de sorrir, sobretudo crianças.
Vanessa Benevides disse ter ficado emocionada. Ela resume a experiência em apenas uma palavra: marcante. “Ações como esta nos fazem sair do nosso quadrado um pouco e refletir. Você acaba olhando para o outro de forma solidária”, explicou. “Isso acaba nos dando uma lição de vida”, finalizou.
Voluntários
O Hospital Araújo Jorge tem cerca de 1.500 atendimentos por dia. Só na Radioterapia – tratamento contra o câncer feito através de radiação – são cerca 350 pacientes diários. Por isso, há 30 projetos voluntários, todos com o objetivo de dar assistência aos leitos, suprindo as necessidades de quem faz tratamento no hospital (e seus acompanhantes). Por isso, disse Liciene, toda ajuda é bem-vinda.
“As doações não podem parar”, sublinhou Ângela. Ela fez questão de informar que todas as pessoas que têm interesse podem se tornar voluntárias. O recrutamento para novos colaboradores para os projetos acontece uma vez ao ano, geralmente em fevereiro ou março, segundo a assistente social. “É um processo seletivo, com inscrição e curso de treinamento; deve haver preparo emocional”, afirmou. “Quando a pessoa é selecionada, escolhe um dos nossos projetos e faz o compromisso de vir ao menos uma vez por semana para ajudar”, finaliza.
Para quem tem interesse em ajudar o Hospital Araújo Jorge e a ACCG, seja como voluntário ou com doações, Ângela e Liciene frisam que as portas estão sempre abertas. Mais informações podem ser obtidas no site da entidade.