A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás sediou, nesta terça-feira (11), no Auditório Costa Lima, audiência pública, proposta pelo presidente da Comissão de Minas e Energia da Casa, deputado Simeyzon Silveira (PSC). A conferência debateu a destinação de recursos da Companhia Energética de Goiás (Celg) e contou com a participação do vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz.
Fizeram parte da mesa de debates, ainda o deputado Júlio da Retífica (PSDB); o presidente da Celg Distribuição, Leonardo Lins de Albuquerque; o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás, Fernando Krebs; o diretor administrativo da Stiueg, Eliomar Palhares e o superintendente de fiscalização econômico Financeira da Aneel, Antônio Araújo da Silva.
A mesa foi composta, também, pelo vice-presidente insitucional da Faeg, Bartolomeu Ferreira; o representante da Câmara de Dirigentes Lojistas do Estado de Goiás, Euclides Barbo Siqueira; o presidente do Sindilojas, José Carlos Palma Ribeiro e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Pedro Alves de Oliveira.
Durante a abertura dos trabalhos, Simeyzon destacou que a audiência acontece em um momento importante no qual ocorre uma tentativa de recuperação da Companhia. “O importante é sairmos daqui com encaminhamentos que possam colaborar com esse projeto”, disse. O parlamentar afirmou ainda, que tanto ele, como as autoridades presentes, o Executivo e o Legislativo têm a responsabilidade de encontrar um caminho, em vez de ficar ressaltando erros do passado.
O deputado propôs a criação de um fórum permanente de discussões das questões da Celg. “Este fórum tentaria, entre outras coisas, despolitizar as questões da Companhia. As entidades envolvidas neste fórum têm a capacidade de opinar em todas as decisões que envolverem a Celg, inclusive nos projetos que a esta Casa chegarem”, disse.
Agropecuária sofre consequências
O vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Ferreira, ressaltou a importância do Estado de Goiás para o Brasil na área da agropecuária. “Nenhum país do mundo possui um Estado tão competitivo como o Estado de Goiás neste setor. Ao mesmo tempo, nenhum lugar no mundo passa por tanta dificuldade na sua produção. Temos problemas para escoar a produção, com distâncias longas e vias precárias que encarecem os produtos. E no caso do setor de energia, não tem sido diferente. Precisamos de fornecimento de energia com eficiência, porém o que acontece é que estamos somente sendo atendidos sem poder crescer”, afirmou Braz.
Bartolomeu pontuou que são situações que demandam atenção. “O problema está na gestão, pois energia o Estado tem para oferecer das mais diversas formas. É passada a hora de investir e acabar com essa situação que vem encarecendo nossos produtos e limitando nossa produção. O setor do agronegócio está crescendo as custas do produtor, lhe tirando a competitividade por falta de infraestrutura”, concluiu.
Celg afirma que melhorias estão ocorrendo
O presidente da Celg Distribuição, Leonardo Lins destacou que a Companhia está em um processo de transferência de controle acionário, período no qual existe uma série de ações e cronogramas sendo realizados. De acordo com ele, diante das medidas que estão sendo tomadas, a Celg já no último ano apresentou um pequeno lucro.
Quanto à qualidade do serviço prestado pela Celg, Leonardo Lins destacou que 2013 foi um ano de melhorias. “Conseguimos sustentar um padrão de qualidade o qual vinha sendo degradado ano a ano, o que significa uma inversão de caminho. E para 2014 temos um programa de investimento o qual colocará a Companhia em uma rota de melhoria estrutural que resultará, consequentemente, na melhoria dos serviços prestados”.
MP contesta Celg
Para o promotor de Justiça, Fernando Krebs, a atual situação da Celg é o resultado de uma série de desmandos. Krebs disse que a Companhia teve uma piora acentuada em seus serviços, sendo considerada uma das piores do Brasil. “Até mesmo o método de faturamento do consumo das residências era feito de maneira escandalosa quanto aos valores. A empresa patrocinava piloto de corrida no exterior. Privatizou seu bem mais rentável. Por isso e inúmeras outras coisas é que a Companhia quebrou”, acentuou o promotor.
O representante do Ministério Público disse que apesar dos recursos que frequentemente são destinados à Companhia, isso não é garantia de melhoria. “Se a Assembleia não conseguir fiscalizar estes gastos, se o governo não atuar de maneira responsável, e principalmente não houver uma gestão eficiente na empresa, a Celg continuará sendo uma ameaça ao desenvolvimento do Estado e a conta endereçada ao povo Goiano”.
Má gestão
O superintendente de fiscalização econômico financeira da Aneel, Antônio Araújo da Silva, que, disse que investir é simplesmente o equilíbrio que se busca na prestação de serviços públicos e que se os gastos são maiores que a arrecadação, algo vai mal. “Esta é uma questão que nos preocupa, já que o resultado deste quadro é a diminuição da qualidade do serviço prestado”, destacou.
Quanto a atual situação da Celg, Antônio Araújo afirma que é resultado de má gestão. “Temos outras situações parecidas no Brasil, inclusive de empresas privadas, que por um erro de gestão encontram-se, hoje, em dificuldades”.
O representante da Aneel defendeu o aporte de recursos que faça o equilíbrio econômico financeiro da empresa. “Se isto não é feito e a empresa fica somente acumulando dificuldades, o resultado final nunca será eficiente. Prejuízos se acumulam e a situação não se reverte”, enfatizou.
Por isso, segundo Antônio, os recursos estão sendo destinados à Celg. “Apesar de não serem ainda suficientes diante do tamanho do prejuízo acumulado, será um aporte que colocará a empresa no caminho da recuperação”, frisou.