Com o intuito de discutir temas referentes à atividade de pecuária de corte no Brasil, representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e de entidades representativas do setor tem se movimentado para elencar os principais problemas enfrentados pelos criadores e pensar em soluções que fortaleçam a atividade.
Constantemente, temas como meios de reduzir custos, melhorar a saúde do animal, tecnificar a atividade, entre outros, são debatidos com o objetivo de ratificar a importância de uma pecuária cada vez mais especializada e de produtores cada dia mais qualificados.
No último dia 14, em reunião do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), alguns temas como pecuária sustentável e a proibição da fabricação, comercialização e uso de antiparasitários de longa ação (avermectinas) também entraram na pauta, sendo debatida por Representantes de Federações estaduais de agricultura e pecuária que estiveram presentes com sugestões acerca dos temas.
O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, e a assessora técnica para área de Pecuária da entidade, Christiane Rossi, foram até Brasília apresentar o posicionamento da federação goiana.
Além das pautas, durante a reunião foi informado que será divulgado em breve uma pesquisa feita pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea) sobre a origem dos abates de bovinos no país. Para a Faeg, a informação é de extrema importância para mostrar a evolução do real controle dos abates e do sistema de defesa agropecuário como um todo.
Avermectinas
Sobre a proibição das avermectinas, os presentes foram unânimes que o ato é prejudicial ao produtor e que um estudo mais aprofundado, levando em consideração incoerências legislativas, perdas econômicas e informações técnicas, é extremamente necessário.
Como impactos negativos diante do não uso dos antiparasitários de longa ação foram apontadas questões como a falta de fiscalização e controle do medicamento e um maior custo-de-produção.
O principal descontentamento apresentado durante o encontro foi a forma isolada como a publicação da Instrução Normativa aconteceu. As federações alegam que a proibição foi definida sem uma consulta junto aos órgãos representativos dos pecuaristas e de outros setores.
Pecuária Sustentável
Outro ponto abordado durante o encontro foi o Acordo de Cooperação Técnica pela Pecuária Sustentável que foi assinado pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O texto traz a exigência de que a carne adquirida por alguns estabelecimentos varejistas seja advinda de propriedades totalmente sustentáveis dos pontos de vista social e ambiental.
O objetivo principal do ajuste é evitar que a indústria frigorífica brasileira compre carne bovina procedente de áreas desmatadas na Amazônia Legal.
A exigência, que vale para Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, será avaliada pela assessoria jurídica da CNA. A intenção é que os produtores destas regiões tenham respaldo e que o acordo realmente traga benefícios aos produtores.