O vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz, participou, na manhã desta sexta-feira (19) de reunião sobre o andamento da Ferrovia Norte-Sul. O evento foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e contou com a presença do Diretor de Operações da Valec, Bento José de Lima e do vice-governador do Estado, José Eliton.
Durante o evento, Bento de Lima anunciou a entrega do trecho Palmas-Anápolis para fevereiro de 2014 e disse ainda que, no Estado, 94% da obra já está conclusa. Segundo ele, a exigência de acelerar o processo foi da presidência da República e dos Ministérios de Transporte e Planejamento. Iniciada há quase 30 anos, a ferrovia tinha como penúltima meta ser entregue no ano de 2010. Em todo o país, 38% dos trechos já foram executados.
Para Bartolomeu, a conclusão da Norte-Sul é fundamental para aumentar a competitividade e acelerar o crescimento do setor agropecuário. “A otimização esperada é de 20 a 30% de aumento imediato. Nossa produção e economia estão sendo prejudicadas por terem como principal transporte, o rodoviário. É triste saber, por exemplo, que estádios são construídos de forma tão rápida e que nossa ferrovia espera há mais de 30 anos. A importância da agropecuária do país é indiscutível e é com este peso que governos federal e estadual precisam olhar para a causa”, completou.
A reunião discutiu ainda a possibilidade de incluir no projeto inicial um terminal no município de Goianira. Com localização na Região Metropolitana, o local serviria como complemento para o modal de Anápolis. Bento pediu que seja feito um relatório de viabilidade e necessidade e prometeu esforço na construção deste módulo.
“As regiões Sul e Sudeste estão amplamente ocupadas por produtores porque eles já acreditavam na ferrovia. Sabemos que a logística do Brasil impacta nos preços de alimentos do mundo inteiro. Temos grande potencial mas nosso custo de produção é muito alto e está travado. Acreditamos que junto com a ferrovia muitas melhorias virão em complemento”, finalizou Bartolomeu.
Tráfego de pessoas
Bento ressaltou ainda que será aberto o uso de rotas por empresas que desejem transportar pessoas. Poderá ser comprado o trecho inteiro ou pequenas rotas, sem limite de empresas. “No projeto inicial tínhamos uma possibilidade de um trem de carga ter um espaço destinado ao transporte de pessoas, mas isso é muito complicado. Neste modelo seguido agora, poderemos ter várias empresas utilizando as mesmas linhas, e, portanto, aumentando a competitividade. Na Alemanha, por exemplo, são registradas mais de 350 operadoras independentes”, concluiu.
Foto: Mendel Cortizo