Produtores rurais estão alinhados sobre o processo de transição de status sanitário, de livre com vacinação para livre sem vacinação
A casa do produtor rural - Faeg, recebeu hoje (10), participantes para o Fórum: Goiás livre de febre aftosa, sem vacinação que é um marco histórico para todas as cadeias que envolvem a carne. Na abertura do evento, o vice-presidente administrativo e financeiro do Sistema Faeg e produtor rural, Eurípedes Bassamurfo da Costa disse que, juntos é possível conseguir chegar a retirada total da vacina.
“Todas as entidades estão envolvidas, e estamos seguros do nosso papel. Os produtores estão bem articulados e sabem da importância e compromisso que atenda à toda a cadeia já que é bom para o manejo do gado, e importante manter a competitividade no mercado interno quanto externo,” conta o vice-presidente. Ele também destacou o trabalho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dos técnicos que ensinam bastante, além de agradecer o desempenho dos Sindicatos Rurais.
Um dos principais objetivos do Fórum, cuja iniciativa é do Grupo Gestor Estadual do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa - PNEFA, é preparar o Brasil para alcançar o status de país livre da doença sem vacinação a partir de 2021, após reconhecimento da Organização Mundial da Saúde Animal - OIE. O Grupo foi criado para acompanhar a execução do Plano em Goiás, que compõe o Bloco IV da Organização Geográfica para Zonificação. Outros estados que estão no Bloco são Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Erradicação da doença
Elaborado sob a coordenação do Mapa,
o Plano é a última etapa de enfrentamento da doença. “Goiás sempre acatou as
normas nacionais e está de parabéns. O Plano para retirar a vacina será
executado em 10 anos, está bem definido, e contamos com os produtores para dar
continuidade a isso porque precisamos da união de todos nessa etapa,” afirmou o
superintendente federal de agricultura em Goiás, José Eduardo de França.
Representando o governador do estado, Ronaldo Caiado, o superintendente de desenvolvimento
agrário e fundiário de Goiás, Armando Leite Rollemberg Neto enfatizou sobre o
papel de cada entidade e que estão atendendo todas as demandas do plano
estratégico. “Com cada entidade fazendo sua parte será a primeira doença
erradicada. A Secretaria de Estado da Agricultura está junto atuando com a
fiscalização sanitária e cumprindo o Plano,” explicou ele.
Considerações das entidades na abertura
O trabalho da Agência Goiana de Defesa (Agrodefesa), que é um dos principais alicerces do Plano, foi citado pelo seu presidente, José Essado Neto. “Essa retirada da vacina é importante para a conscientização de todo o país para que tenhamos uma carne saudável. Sem vacinação o couro vai melhorar. Os produtores podem contar conosco para solucionar todos os problemas,” disse. Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, presidente do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária de Goiás (Fundepec-Goiás), ao cumprimentar a todos, retratou que o Fórum era um momento histórico para a pecuária. “Para rrermos a aftosa do país a luta é bem maior e exige responsabilidade de todos nós. Imaginem o preço que vamos conseguir com essa carne, ser livre de outras zoonoses, render dividendos para o país e novos embates? Temos financiado projetos e os recursos do Fundepec chegam em horas importantes,” relatou ele.
Entrega simbólica
Desempenhando um importante papel ao homem do campo e seus avanços, o presidente do Fundepec, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza realizou a entrega simbólica de 26.400 doses da vacina contra a febre aftosa ao presidente da Agrodefesa, José Essado Neto. As vacinas serão entregues à Comunidade Kalunga, que construiu sua cultura e história no isolamento, em atividades de produção baseadas em seu sustento.
stras técnicas
A programação técnica começou com a apresentação do Plano Estratégico do PNEFA 2017/2026 pelo médico veterinário e coordenador de emergências zoosanitárias no Departamento de Saúde Animal do Mapa em Brasília, Nilton Antônio de Morais. “Retirar a vacina é um tema complexo, apresenta mudanças, ganhos e desafios. Estamos realizando a transição e podemos considerar a saúde animal um bem público que precisa ser fortalecido e melhorado,” explicou Morais.
Ele citou Santa Catarina como o atual estado livre da vacina e com isso o Brasil ingressa no grupo dos grandes países sem vacinação. “É preciso realizar um negócio com segurança, para ter acesso a novos mercados e que exista a consolidação do serviço sanitário brasileiro tornando a prevenção de doenças uma política de estado e não de governo,” declarou ele. Os desafios apontados foram a respeito da participação de mais pessoas, recursos, que a cultura da prevenção é mais difícil de ser implementada, e que é preciso capacitar os profissionais e avançar nos processos.
Ricardo Nissen que é médico veterinário e assessor técnico de bovinocultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ministrou a palestra “A contribuição do setor produtivo na construção do PNEFA”. Ele apresentou ações da CNA entendendo as principais demandas, principalmente que a região tenha segurança pelos blocos existentes. “Estamos defendendo o produtor nessa causa e eles precisam estar envolvidos com o fundo privado também. Por quê como conseguiremos avançar no plano sem recursos?” questionou o profissional.
Na sua palestra ele informou sobre a questão da carne ingrediente, culinária e gourmet, e que o Brasil cresceu nas exportações, principalmente em relação à China. “É importante que todo produtor cobre de seus representantes para que tenhamos um sistema sanitário forte por muitos anos. A retirada da vacina é importante e a CNA é favorável à sua substituição com segurança. Até porque perderemos menos no abate. Também necessitamos de capacitação, informação e temos a capacidade de atuação nessa conscientização do produtor. Um exemplo é o agente sanitarista que identifica os focos da doença. O Senar é uma rede de ensino que possui este curso de forma efetiva. Queremos utilizar sua estrutura e dos seus Sindicatos por atuarem no Brasil inteiro. Com informação e comunicação, o produtor saberá que a retirada da vacina só trará rendimento,” concluiu o médico veterinário. Após as palestras foi realizado um painel de perguntas e debates com os profissionais tendo a mediação do médico veterinário, especialista em reprodução e nutrição de bovinos e representante da Faeg no grupo técnico de sanidade animal da CNA, Antônio da Silva Pinto.
Comunicação Sistema Faeg Senar