Mais de 400 pessoas se reuniram, nesta sexta-feira (09), na Associação Atlética Banco do Brasil, no município de Silvânia, para debater sobre a atividade leiteira. Com o 4º Goiás Leite, produtores, técnicos e estudantes tiveram a oportunidade de trocar informações sobre a Sanidade Animal e a Gestão da Atividade Leiteira. “Goiás é o quarto maior produtor de leite do Brasil, e, atualmente representa 10,8% da produção nacional”, lembrou o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, durante a abertura.
De acordo com ele, a pecuária de leite é um dos principais segmentos da atividade agropecuária no estado, dada a sua importância econômica e social. “Só em 2012, o setor movimentou cerca de R$ 3 bilhões em Goiás”, destaca José Mário. Segundo o diagnóstico da Pecuária Leiteira, produzido pela Faeg, a atividade está presente em todos os 246 municípios goianos, seja em caráter profissional ou de subsistência.
Devido a sua importância no estado é que o 4º Goiás Leite levou aos participantes a palestra Controle da brucelose e tuberculose: Menos prejuízo ao produtor. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Antônio Cândido Cerqueira, lembrou que o rebanho infectado traz grandes perdas econômicas ao produtor. “A produção de leite diminui de 20% a 25% por conta de uma das doenças”, diz. Ele acrescenta que é preciso ter cuidado no momento da compra de animais. “Se a tuberculose ou brucelose entrar na propriedade, dificilmente ela vai sair”, analisa. Em Goiás, 1,7% do rebanho é infectado com uma das doenças. “Um número considerado alto, se for analisar a quantidade de animais no estado.”
A Gestão da Propriedade Leiteira foi outro tema levado ao público. Marne Moreira, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, afirma que medidas simples são capazes de mudar o rumo dos negócios do produtor de leite. “O produtor necessita apenas de ações diárias básicas para ter uma boa administração e melhorar sua realidade na atividade.”
Ele destacou também a demanda mundial do leite nos dias de hoje. Segundo Marne, o consumo de leite no mundo é de 86 litros por habitante, o que equivale a 620 bilhões de litros ao ano. “Se o mundo consumir igual ao Brasil, que é 150 litros por ano, o mundo vai precisar de mais de 1 trilhão de litros de leite.” Marne lembra que a Organização Mundial da saúde (OMS) recomenda o consumo entre 150 a 170 litros. “Ou seja, temos muito caminho para avançar.” É analisando esses números, que Marne acredita que o Brasil tem um futuro promissor, com um potencial de produção muito grande. “O Brasil é um dos países que vai disponibilizar esse alimento”, fala.
Outro dado destacado por ele, é a geração de empregos que o leite proporciona. “A cadeia do agronegócio do leite é a maior de todas. Tem a parte de insumos, que é a venda de ração, trator, corda, balde. Produção primária, que é dentro da propriedade. Tem a parte do transporte, tem a indústria transformadora, que vende os produtos lácteos, tem o mercado, que é gigantesco. Então, por cadeia ser longa, ela gera emprego em diversos segmentos. Para cada 1 milhão de produtos lácteos vendidos, a cadeia geram 197 empregos.”
O instrutor do Senar Goiás e técnico do programa Balde Cheio, Carlos Eduardo Freitas, encerrou os trabalhos do dia com a palestra: Programa Balde Cheio Como Ferramenta de Gestão do Produtor. Ele explicou o funcionamento do programa realizado pelo Sistema Faeg/Senar com visitas de produtores às unidades demonstrativas e visitas do técnico responsável às propriedades. Abordou temas relacionados à gestão da propriedade. Apresentou algumas ferramentas do programa utilizadas e que são disponibilizadas pela pesquisa para serem aplicadas na assistência técnica aos participantes.
O 4º Goiás Leite ainda vai percorrer mais quatro municípios. O próximo a receber o evento é Itaberaí, na próxima terça-feira (13). As inscrições podem ser feitas no Sindicato Rural dos municípios que receberão os eventos ou no site: www.sistemafaeg.com.br
Datas e locais dos próximos eventos:
Itaberaí – 13/08
Cocalzinho de Goiás – 14/08
Ceres – 15/08
Ipameri – 16/08
Fotos: Mendel Cortizo
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