Texto: Gilmara Roberto
Presente em todas as discussões do setor produtivo rural goiano, o impacto da seca no Estado também integrou a pauta da reunião da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). No encontro, realizado nesta sexta-feira (13/02), produtores discutiram ainda ameaças sanitárias à atividade em Goiás.
De acordo com o presidente da Comissão, Maurício Velloso, o calor e os baixos índices de chuva irão impactar a produção de carne de maneira mais evidente durante o período de seca deste ano. “A pastagem que não recebeu chuva teve a raiz enfraquecida e resistirá menos no período de seca”, explicou. Velloso esclareceu ainda que a falta de chuva prejudica a produção animal porque a queda na produção agrícola, de grãos e silagem, impacta negativamente nos custos com a alimentação do rebanho, seja criado em regime intensivo, seja à pasto com suplementação proteica e energética.
VIGILÂNCIA
Os produtores levantaram ainda a necessidade de atenção permanente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em relação a boatos do eventual uso de cama de frango na alimentação do gado. Foi sugerida a realização de uma campanha preventiva, nos moldes da Campanha de Vacinação Anti Aftosa, que leve esclarecimento permanente para evitar o retorno à prática do uso de cama de frango na alimentação animal. Essa modalidade de dieta é proibida Governo Federal desde 2001 por apresentar condições sanitárias inadequadas, que, em caso de contaminação, pode matar por botulismo e transmitir a doença da vaca louca, entre outras.
COMUNICAÇÃO
Diante das crescentes discussões referentes à crise hídrica pela qual tem passado algumas regiões do país, o grupo reforçou a necessidade de esclarecer as formas de utilização da água pelos produtores rurais. “Precisamos mostrar à sociedade que a agropecuária é o grande setor responsável pela produção de alimentos, conservação da natureza e, consequentemente, pela manutenção da vida”, declarou Maurício Velloso. A comissão avalia que a inserção de conhecimentos referentes à agropecuária na grade curricular da educação básica, entre outras estratégias, é fundamental para esclarecer dúvidas e dirimir preconceitos e estereótipos que acompanham a atividade rural no Brasil.