Catherine Moraes
Um sonho coletivo e muitas mãos à obra! Foi assim que o Sindicato Rural de Itaberaí lançou, na última sexta-feira (03) o Curralinho Centro do Equoterapia. Ainda no papel, o projeto começa a ganhar forma e a lista de possíveis participantes já existe. Entre os parceiros: prefeitura, Poder Judiciário, empresariado, voluntários, produtores rurais e moradores da cidade.
Presente em 46 cidades e multiplicado por 49 grupos, o Programa Equoterapia é desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás em parceria com prefeituras, empresas e a sociedade de forma geral.
A ideia de levar o programa ao município surgiu por meio do Sindicato Rural da cidade e do Senar Goiás, mas, para ser colocado em prática, o projeto precisava de cavalos, um local adequado, mão de obra e uma infinidade de parceiros. Pouco a pouco eles foram chegando e a busca continua. Entre as formas de contribuir, doação de 6% do Imposto de Renda para ser deduzido.
Com doação de um terreno por parte da prefeitura, o Parque de Exposições começa a ser construído e uma parte dele será destinada ao Centro de Equoterapia. Apesar disso, a administradora e produtora rural Mônica Meyer, assim como Armindo e outros produtores da região disponibilizaram as propriedades para dar início imediato ao atendimento.
“Hoje (sexta) saindo de casa me lembrei da nossa primeira reunião, que tinha apenas três pessoas. Ter todo mundo aqui, parceiros, empresários, autoridades é muito gratificante. Acho que não podemos jogar toda a responsabilidade em cima dos governantes. Também podemos fazer a nossa parte”, concluiu Mônica.
A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde também foi parceira cedendo os profissionais de saúde para trabalharem em função do programa. “Hoje a secretaria já disponibiliza transporte para alguns pacientes da Equoterapia que fazem o tratamento na Cidade de Goiás. Me sinto muito emocionada em poder contribuir e no que depender de nós, a parceria vai existir por muito tempo”, afirmou a secretária de Saúde, Fernanda Marinho.
Diretriz para o município
Presidente do Conselho de Saúde de Itaberaí, Tiago Domingues que também é pediatra, se dispôs a ajudar como médico e como presidente do Conselho. “O Conselho vai elaborar uma diretriz para o município, de forma que a Equoterapia seja mantida a cada ano, independente de partidos políticos, com recursos das secretarias. Também sou membro da Maçonaria e temos muitas pessoas que podem trabalhar como voluntários, inclusive eu mesmo, com o serviço da medicina”, completou.
Primeira-dama de Itaberaí e secretária de Assistência Social, Sandra de Vila e Silva marcou presença e agradeceu a oportunidade de ajudar. “Nosso sonho vai se tornar realidade e digo isto porque este sonho também é meu. Estamos neste mundo para servir e quando fazemos isto somos os maiores beneficiados”, finalizou.
Apresentação do programa
Com os olhos lacrimejantes, Eduardo Henrique da Silva, instrutor do Senar Goiás apresentou o Programa Equoterapia aos presentes. Entre os tópicos analisados, a quem o tratamento é indicado. Uma lista grande que abrange amputados, portadores de necessidades especiais, hiperativos, depressivos, obesos e dependentes químicos de todas as faixas etárias. A equipe mínima para a execução do programa conta com: fisioterapeuta, psicólogo, equitador, auxiliar guia e tratador.
Para minimizar os gastos, o Senar Goiás vai disponibilizar, por meio de cursos e treinamentos, mão de obra para cerca do local e casqueamento dos animais. Apenas nesse quesito, a economia proporcionada chega à casa dos R$ 40 mil. “Para as famílias dos praticantes teremos ainda cursos de artesanato. Enquanto os familiares esperam pelo tratamento poderão se especializar”, completou Eduardo.
Apoio judiciário
Juiz de Itaberaí, Gustavo Braga também esteve presente e externou seu apoio no que for possível. “Gostaria de parabenizar a iniciativa do Senar, do Sindicato Rural e do município. Podem contar com o Poder Judiciário para o que for possível ajudar, inclusive com o uso de salas do Fórum para reuniões. No mais, temos sempre algumas sanções que podemos destinar para o programa”, afirmou o magistrado.
Sentindo na pele
Moradora de Itaberaí, Maria de Fátima Mendonça é mãe de Andréa Rezek, portadora de necessidades especiais, hoje com 32 anos. Empolgada com a reunião, ela já afirmou que a filha será a primeira inscrita no programa. “Descobri que minha filha era especial quando ela tinha três anos de idade. Nessa época começamos a ir para Goiânia em busca de tratamento até que nos mudamos para lá. Ela praticou equoterapia no Regimento da Polícia Montada e foi bom demais para o desenvolvimento dela. A Andréa já está feliz e será a primeira da lista”, se emocionou.