Michelle Rabelo
“Muita gente acha que se faltar chuva só o produtor rural perde, e isso está muito longe de ser verdade”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, durante visitas a São Luiz de Montes Belos e Jaupaci nesta segunda-feira (26). Na ocasião, ele discutiu problemas que afetam o bolso de quem cria e produz, como a seca que deve impactar a plantação goiana de soja em cerca de R$ 1,2 bilhão, sem contar os danos das demais culturas.
No início da tarde, José Mário esteve em São Luiz dos Montes Belos, onde foi recebido por produtores no campus local da Universidade Estadual de Goiás (UEG). “Com a estiagem, todo o setor produtivo sofre, o que torna o problema ainda mais grave. Sem chuva não há produção, mas também não há transporte, industrialização, não há geração de emprego e nem de renda e, por fim, as pessoas não pagam impostos. É uma cadeia”, alertou.
Assim como em São Luiz de Montes Belos, no município de Jaupaci, Schreiner chamou a atenção dos presentes para os impactos da estiagem. “Apesar de todos os avanços pelos quais o agronegócio vem passando no Brasil, ainda há muito que se fazer. Faltam políticas públicas capazes de dar segurança aos produtores. Outra ação urgente é discutir o atual modelo de seguro rural”, esclareceu.
Capacitação
José Mário, que também é presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), aproveitou as visitas para falar sobre a importância da capacitação e da assistência técnica para o desenvolvimento do produtor rural. Ele falou sobre o serviço que o Senar Goiás presta à sociedade, treinando e qualificando quem vive na zona rural, e sobre como entidades parceiras podem contribuir. “Sindicatos Rural, Emater, Sebrae, Agrodefesa e vários representantes do segmento agro precisam caminhar juntos rumo à busca incansável por mais qualidade de vida, sucesso e crescimento do produtor. Temos centenas de milhares de pessoas que precisam do apoio de todas as entidades. A solução é olharmos todos em uma só direção: em prol do homem do campo”, concluiu.