O auditório montado no stand Senar Sebrae recebeu na manhã de hoje (09), na edição da Tecnoshow COMIGO, a palestra “Manejo de Javali e Porco do Mato”, ministrada pelo presidente da Associação de Caça e Conservação (ANCC), Daniel Terra. O objetivo foi informar aos presentes sobre a gestão da fauna no Brasil, que envolve sua cultura e legislação. De acordo com Daniel, a luta da ANCC é tentar mudar aos poucos a concepção dessa gestão porque “quem caça não quer acabar com a fauna”.
Em sua apresentação, ele informou que o javali é considerado uma das 100 piores pragas do mundo, e por ser um animal ancestral, o conhecemos como “porco doméstico”. “A conservação da fauna permite que o usuário que quer praticar a caça possa pagar para ter o direito de executar esta atividade, e isso faz com que o recurso adquirido seja investido em profissionais e estudos que fazem o número de animais crescerem com o tempo, tais como os exemplos em países como o Peru, África do Sul e Estados Unidos,” ressalta.
O Brasil é um dos poucos países do mundo onde a caça é regulamentada recebendo em 1989, autorização para comercializar o javali como carne exótica. “Hoje, os métodos de controle existentes não vão exterminar o javali, por isso, precisamos aprender a cuidar e manter corretamente a fauna deste animal,” relata o presidente da ANCC, Daniel Terra.
Outras abordagens realizadas na palestra sobre o javali foram de que ele além de exótico, ele é nocivo, invasor, tem fácil adaptação ao ambiente, sem predadores naturais e sua reprodução é bastante rápida. Os danos reverberam em patamares como ambiental com contaminação em cursos d’água; na parte econômica ressaltando os prejuízos em diversas culturas sobretudo de grãos e predação de animais de rebanho doméstico. Já no quesito sanitário, o javali pode transmitir 42 doenças, entre as quais se destacam a raiva, brucelose, tuberculose, febre aftosa e peste suína.
Controle do animal e caça legalizada
Para o controle existem a espera em ceva, palhada, pongada e farolete, além da busca ativa com cães e armadilhas como gaiola ou curral. O controle do javali foi autorizado pela Lei de Preservação da Fauna 5.197/67, com instruções normativas do IBAMA. O caçador que deseja se adaptar corretamente, precisa seguir alguns requisitos como idade mínima de 25 anos, não ter antecedentes criminais, ser filiado em clube de caça e tiro, apresentar laudo psicológico, manuseio de armas, local seguro e velado para guarda de acervo. A documentação necessária também é solicitada pelo IBAMA e Exército.
Alerta aos produtores
A tônica de atuação do Sistema Faeg Senar, em parceria com o IFAG e os Sindicatos Rurais é de que conforme a analista técnica do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Christiane Rossi, os produtores relatem a presença dos javalis e os prejuízos financeiros causados por eles.
“Em Goiás existem registros da destruição de grande parte das plantações em vários municípios como Silvânia, Cristalina e Rio Verde. Com os dados vamos compor a base de informações e elaborar propostas de ações para o controle efetivo desta espécie considerada exótica. Nossa preocupação é conseguir o seu manejo e controle,” conta Christiane Rossi. Para comunicados, basta entrar em contato pelo telefone: (62) 3241-5252.
Comunicação Sistema Faeg Senar
Fotos: Fredox Carvalho