Depois dos Estados Unidos anunciarem a suspensão de importação da carne brasileira na quinta-feira (22), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou que vai realizar uma investigação nas vacinas de bovinos para identificar os motivos das reações, além de auditar frigoríficos que exportam carne. A intenção do Mapa é entender porque alguns produtos foram rejeitados e tentar retomar confiança dos norte-americanos.
Durante entrevista coletiva na última sexta-feira (23), Eumar Novacki, secretário-executivo do ministério, falou que um documento técnico está sendo elaborado com a Secretaria de Defesa Agropecuária para ser enviado aos EUA. “É importante recuperarmos esse mercado, que serve de referência para outros países, e onde a competição é muito forte, muito dura”, afirmou.
Novacki também foi questionado se a decisão seria um reflexo da gestão do presidente Donald Trump, que tem uma postura mais nacionalista. Para o secretário, no entanto, não é uma questão protecionista que seja necessária recorrer Organização Mundial de Comércio (OMC). “Acreditamos que o relacionamento comercial se dê em bases éticas, do mesmo modo como o Brasil age com seus parceiros”, disse.
Vacinação
A vacina contra a febre aftosa trouxe ao Brasil o status de estar livre da doença. De acordo com Blairo Maggi, ministro da Agricultura, foram justamente alguns componentes da vacina que fizeram os EUA suspenderem a importação a carne. Ele também disse que o governo brasileiro já sabia dessa questão antes do bloqueio ser oficializado. “Nós concordamos com as reclamações americanas, vamos corrigir e vamos lutar por esse mercado, que é muito importante para o Brasil”, falou Maggi em áudio.
O ministro irá viajar para os Estados Unidos com técnicos do Ministério em breve para esclarecer a questão e tentar uma reabertura do mercado.
Texto: Mapa
Foto: Arquivo Faeg