Porto Alegre, 27 de agosto de 2014 - O mercado de açúcar teve uma quarta-feira dedicada à assimilação das notícias fundamentais do dia anterior.
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) reduziu a estimativa de superavir de 4 para 1,3 milhões de toneladas entre o período de 2013/14 e o 2014/15.
Já a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica ) reduziu sua expectativa quando o volume de safra do centro sul, o qual deve cair de 597 para 545 milhões de toneladas.
No curto prazo os valores quinzenais de moagem referentes a primeira metade de agosto apontaram um novo crescimento na produção da cana e todos os seus derivados no centro-sul.
"Estas indicações de curto, médio e longo prazo deixaram os agentes ainda com um gap a ser preenchido no quesito de precificação do açúcar interno e externo", diz o analista de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci.
Embora haja uma pressão negativa de curto prazo, no longo, ela ainda positiva, mesmo com a OIA alertando que a redução do superávit tende a ser neutralizada pelos estoques acentuados de safras anteriores. Foi por este motivo que tanto as cotações de Londres quanto as de Nova York voltaram a cair durante a quarta-feira, disse Muruci. Também registrou a estabilidade do mercado físico no mesmo período.
Enquanto a quebra de safra no centro-sul não for refletida nos relatórios quinzenais de moagem, poucas chances terão os preços de reagirem, pelo menos no curto prazo.
Consequentemente o açúcar com até 150 Icumsa, finalizou a quarta-feira com preços ainda estáveis, na faixa de R$ 45,00 a saca de 50 kg em Ribeirão Preto, São Paulo.
NOVA YORK
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures US) para o açúcar bruto encerrou o pregão eletrônico desta quarta-feira com cotações em baixa. Na terça-feira, o mercado fechara com forte alta, obtendo o maior ganho diário para um primeiro contrato desde 20 de junho.
O mercado fora puxado por cobertura de posições vendidas associadas com uma revisão de estimativa de safra de cana-de-açúcar para o Brasil, principal produtor mundial de açúcar.
No entanto, o mercado internacional deve continuar com excesso de oferta de açúcar, embora menos acentuado.
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) projetou ontem um excedente global d de 1,3 milhão de toneladas em 2014/15, contra 4 milhões em 2013/14,devido, em parte, ao maior consumo. Espera-se que o consumo global de açúcar aumente 2 por cento, para 182,4 milhões de toneladas em 2014/15, disse a OIA em seu último relatório trimestral.
A produção global de açúcar deverá subir 0,6 por cento, para 183,8 milhões de toneladas.
"A OIA acredita que, mesmo com a ligeira previsão de superávit, é improvável que os fundamentos globais impulsionem o mercado em relação aos níveis atuais", disse a organização.
"Qualquer eventual recuperação dos preços provocada por problemas de produção no curso de 2014/15 podem ser anuladas pelos enormes estoques acumulados desde o início da fase de superávits em 2010/11", acrescentou a OIA. O açúcar bruto negociado em Nova York atingiu os menores níveis em sete meses na segunda-feira, mas subia nesta terça-feira em meio a uma previsão de queda maior na produção brasileira do adoçante.
Os contratos com entrega em outubro/14 encerraram a 15,58 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 0,13 centavo (-0,82%) em comparação com o fechamento anterior. Na mínima do dia, o contrato foi a 15,56 centavos,e a máxima registrada foi de 15,97 cts/lb.
CÂMBIO
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com baixa de 0,79%,cotado a R$ 2,2440 na compra e a R$ 2,2460 na venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,2430 e a máxima de R$ 2,2650.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) - Agência SAFRAS
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