Formosa recebeu na última quinta-feira (9) mais uma rodada do Fórum de Comercialização e Mercado Agrícola, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em parceria com os Sindicatos Rurais (SRs). A cidade do entorno do Distrito Federal fechou o circuito de palestras desta semana, com a participação do consultor de mercado agrícola, Ênio Fernandes.
Ênio falou sobre a previsão do fechamento da safra de grãos deste ano. Segundo ele, será uma safra positiva, com a possibilidade de colher 219,1 milhões de toneladas de grãos, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Daremos um grande salto de 17,4% em relação à safra passada”, disse. O Brasil é o líder mundial de exportação de soja, lembrou ele, e figura no segundo lugar dos maiores produtores de soja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
“Acredito que dentro de cinco anos, o Brasil será o maior produtor de soja do mundo”, prevê. Aliás, ele fez boas colocações sobre o futuro do país. “Este é um dos únicos países autossustentáveis do mundo, ou seja, se fecharem as portas comerciais, sobreviveríamos com a nossa própria produção”, afirmou. O que falta, segundo ele, é organização e planejamento. “A coisa mais importante para o produtor é a produtividade. Com as boas previsões da Conab, o produtor consegue trabalhar com margens muitas boas para a comercialização”, finalizou.
Produtores informados
O presidente do Sindicato Rural de Formosa, Ivan Ornelas, agradeceu a Federação por enxergar o potencial do município. Além disso, reiterou a força de vontade dos produtores da cidade. “Temos potencial de crescimento na área de grãos”, bradou. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, também estava na cerimônia e reforçou as palavras de Ornelas, reiterando a importância do município.
Além disso, esclareceu a importância de levar informações ao produtor, por meio de palestras e fórum de debates. “O produtor precisa estar informado sobre os temas relevantes da economia global para a regional”, disse. Segundo ele, esses pontos são cruciais para que o homem do campo possa se planejar para a safra e continuar sendo um dos pilares do PIB brasileiro. “Se tirarmos o agro do Brasil, podemos fechar nossas portas. É o setor que tem gerado emprego e feito com que as balanças fechem positivas”, afirmou.
De olho no mercado
Sérgio Zimmermann, produtor de soja, milho e feijão, já é veterano nas palestras da Faeg, porém novato em relação às análises do consultor. “Só havia tido contato com suas colocações em sites e reportagens”, confessa. O maior alerta, para ele, veio quando Ênio afirmou que o mercado internacional está sempre em evolução. “Os produtores deverão ficar atentos, aproveitar oportunidades e tirar da cabeça que está tudo tranquilo. Câmbio e taxas são extremamente variáveis”, sublinhou.
Para Zimmermann, as dicas vieram para ressaltar o que ele já aplica em sua empresa, Charrua Comercial Agrícola. “Sempre avaliamos custos. Muitas vezes trabalhamos com preços fixados, para ter segurança na produção”, disse. Segundo ele, cautela é o que não falta, o que, de acordo com a palestra de Ênio, só dá benefícios a quem vende seu grão.
Texto: Nayara Pereira / Foto: Fredox Carvalho