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Pesquisa mostra que brasileiro aumentou consumo de queijo no último ano e o Senar Goiás prepara produtor para abocanhar essa fatia de mercado

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LeiteRia, assim mesmo com R maiúsculo no meio. O nome da queijaria do Rogério Trevisoli, que fica em Caçu, no Sudoeste goiano, exemplifica bem o mercado de queijos que atualmente faz muito produtor "rir" à toa, diante do crescimento. Uma pesquisa da Tetra Pak, fabricante de embalagens, realizada em março de 2021, com 4,5 mil pessoas, em nove países, mostrou que 46% dos brasileiros afirmam que aumentaram o consumo de queijo desde o começo da pandemia da Covid-19.

Rogério, que já era produtor de leite, passou um ano desenvolvendo receitas para pegar uma fatia desse mercado. Ele produz queijos maturados: Parmesão, com maturação de 6 meses; Tropical, de 30 dias; e Alvorada, de uma semana. "Eu queria diversificar minha renda e não ficar refém do preço que os laticínios pagam pelo leite. E venho percebendo um crescimento de vendas de queijos, sim. Eu, por enquanto, vendo através do Instagram, mas o objetivo é conseguir o Selo Arte, ampliar meu mercado e também a quantidade de queijos produzida", revela.

Atualmente, Trevisoli conta com a Assistência Técnica e Gerencial de Agroindústria (ATeG), oferecida pelo Senar Goiás. O trabalho junto a pequenos e médios produtores busca levar a certificação da produção, junto a órgãos regulamentadores, a inserção de boas práticas na produção dos alimentos e agregar valor à produção, além da gestão financeira da atividade. "Eu acredito que, com a ajuda do Senar Goiás, eu vou cortar um bom caminho diante da burocracia. Espero que, em breve, eu esteja com todo o projeto para atender as exigências sanitárias aprovado e claro, o Selo Arte”, enfatiza.

Ainda falando da pesquisa que mostra o aumento do consumo de queijos no Brasil, 84% dos entrevistados consomem a iguaria no café da manhã, em casa. Boa parte do País (79% dos entrevistados) prefere os queijos de sabor salgado e está aberta a novidades.

É nisso que aposta Wilson Felipe dos Santos, produtor da agricultura familiar do município de Santa Rita do Araguaia. Junto da esposa, Maria Miran da Silva, e da filha, Mirela Silva, fabrica queijos tipo trança, nozinho e o mais famoso do momento: o cabacinha. A receita aprendida com a mãe faz sucesso. Mas esse tipo de queijo tradicional na região não é conhecido em todo estado, embora seja produzido há quase um século na região do Rio Araguaia.

De origem italiana, o nome no local de origem é 'Caccio Cavalo' por conta da maneira como é deixado para secar. Depois de amarrado, é pendurado e acaba ficando com formato de cabaça.

No começo de 2021, ele foi reconhecido pelo governo estadual como Patrimônio Cultural do Estado de Goiás e trabalha para receber o selo de Indicação Geográfica (IG). Esse selo identifica um produto ou serviço como originário de uma área geográfica delimitada, determinada qualidade, reputação e outras características atribuídas ao local e tem por objetivo agregar valor e proteger a região produtora. "Embora nós fabricamos outros tipos de queijo, esse é o nosso carro chefe. Tanto que todos os nossos produtos são identificados como Queijo Cabacinha WM. E ele faz tanto sucesso que pessoas de outros estados, que comeram, compraram para levar, porque é bem diferenciado. Eu tenho certeza que tem um mercado muito bom para cidades maiores de Goiás e outros estados. Por isso é importante que o processo de certificação seja simplificado, para que possamos vender para fora", explica Wilson.

A família também está sendo assistida pela ATeG de Agroindústria do Senar Goiás, que foi expandida e chegou à região do Araguaia. "A assistência Técnica e Gerencial de Agroindústria Queijos, no Senar Goiás, teve início em setembro de 2020, com um grupo de produtores de Alexânia. O foco da ATeG é justamente promover um processo educativo técnico e gerencial junto às queijarias, tendo como base cinco etapas fundamentais, que são diagnóstico individualizado, planejamento anual, adequação tecnológica, capacitação complementar e avaliação sistêmica dos resultados. Com o sucesso do grupo, em Alexânia, queijarias de outros municípios demandaram atendimento, entre eles Mineiros e Santa Rita do Araguaia", descreve o técnico de campo do Senar Goiás, Allan Passos, responsável pela ATeG de Agroindústria.

Atualmente, são 25 queijarias assistidas recebendo suporte técnico e gerencial, melhoria da viabilidade econômica do negócio e, consequentemente, maior qualidade de vida. Além dos municípios citados, a ATeG Agroindústria atende, ainda, produtores nos municípios de São Luís de Montes Belos, Sanclerlândia, Moiporá, Quirinópolis e Hidrolândia.

Orientação

O trabalho do Senar Goiás favorece a produção artesanal de queijos, que foi padronizada em Goiás com a Instrução Normativa 06/2019 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), assinada em dezembro de 2019, que regulamentou a implantação do Selo Arte. Para receber a identificação, o produto de origem animal (POA) deve ter predominância de matérias-primas de origem animal determinada, a partir de técnicas manuais e por quem domine o processo. A fabricação deve manter características tradicionais, culturais ou regionais. Além disso, as matérias-primas de origem animal devem ser produzidas na propriedade onde o produto é feito.

A certificação com o Selo Arte visa regularizar a fabricação artesanal de queijos. Com isso, busca-se o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do leite, com ações focadas em sanidade agropecuária, industrialização e agregação de valor. Em outubro de 2020, foram entregues as primeiras habilitações Selo Arte para produtores de queijos artesanais em Goiás. O evento teve a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do presidente do Sistema Faeg Senar, deputado federal Zé Mário Schreiner.

Até o momento, quatro estabelecimentos (dois em Alexânia, um Guapó e um em Corumbá) possuem o certificado. O estado de Goiás é o primeiro da região Centro-Oeste a conceder o selo de qualidade.

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) disponibiliza um Manual de Orientação para Queijarias Artesanais. São apresentadas técnicas que contribuem para as boas práticas de fabricação, que garantem produtos com qualidade, dentro dos padrões exigidos pela legislação.

O Senar Goiás, que já tinha no seu portfólio o curso Processamento Artesanal de Leite - que ensina a fabricar queijos -, lançou em 2021 um curso especialmente voltado para a nova necessidade de mercado: Produção Artesanal de Queijos Especiais. "O Senar Goiás sempre leva em consideração as tendências do mercado na hora de criar um curso. E nós observamos essa ampliação de mercado dos queijos. Vimos que era hora de ensinarmos a fazer queijos coalho, provolone, minas padrão, colonial, ariche e o tão falado, agora, cabacinha", detalha o superintendente do Senar Goiás, Dirceu Borges. "Além disso, apresentarmos as boas práticas para produção, maturação, importância do Selo Arte, falamos ainda do mercado no Brasil e no Mundo e dos desafios da legislação, logística. É bem completo e atende bem quem quer começar nesse mercado", complementa. Para receber assistência da ATeG, que é gratuita, é preciso procurar um Sindicato Rural do município. O mesmo vale para os cursos.

Saiba mais sobre os cursos do Senar Goiás para a produção de queijos

https://sistemafaeg.com.br/senar/cursos-e-treinamentos/alimentacao-e-nutricao/processamento-artesanal-de-leite

https://sistemafaeg.com.br/senar/cursos-e-treinamentos/alimentacao-e-nutricao/producao-artesanal-de-queijos-especiais

Acesse a cartilha com orientações para queijarias artesanais da Seapa

https://www.agricultura.go.gov.br/files/Cartilhas/CARTILHA_QUEIJARIA-SITE.pdf

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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