Presidente da CNA convida agroindústrias para comitiva à China em novembro

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Em reunião com representantes de empresas e entidades do agronegócio, hoje (21/10) em São Paulo, senadora Kátia Abreu defendeu diversificação da pauta comercial e ampliação de investimentos

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, convidou empresários e lideranças de entidades do agronegócio a participarem da missão que a entidade realizará na China, de 5 a 15 de novembro, em Pequim e Xangai, em uma programação que terá a presença do vice-presidente da República, Michel Temer. A comitiva liderada pela CNA irá ao país asiático para fazer a promoção comercial dos produtos agropecuários brasileiros no mercado chinês, com o objetivo de ampliar e diversificar a pauta comercial entre os dois países.

Hoje esta pauta está concentrada basicamente na soja, que responde por 72% das exportações dos produtos do agronegócio brasileiro para aquele país. “Precisamos do apoio das agroindústrias para buscar essas parcerias com este mercado tão promissor”, destacou Kátia Abreu que, nesta segunda-feira, promoveu reunião com empresários e dirigentes de entidades ligadas ao segmento rural, em São Paulo.

O encontro reuniu empresas e indústrias que já exportam para outros países e aquelas com potencial exportador, e que tenham interesse em firmar parcerias comerciais com os chineses. Nos últimos anos, a China se tornou um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Entretanto, a lista de produtos do agronegócio é pouco diversificada, o que tem reforçado o interesse da CNA em contribuir para aumentar a venda e atrair investimentos chineses em segmentos como carnes bovina, suína e de aves, café, açúcar e etanol, produtos lácteos, produtos florestais, suco de laranja, caprinos e ovinos e pescados, entre outros.

Segundo a senadora, apesar da importância de outros países que são parceiros comerciais do Brasil, como Estados Unidos e União Europeia, não há perspectivas de aumento expressivos das exportações para estes dois mercados, diante da autossuficiência do primeiro e dos protecionismos praticados pelo bloco europeu. Por outro lado, disse a presidente da CNA, a China tem 1,3 bilhão de pessoas que “precisam se alimentar” e uma classe média que cresce cada vez mais. Ela salientou, ainda, a importância da agroindústria neste processo, com o objetivo de promover a marca dos produtos brasileiros no mercado chinês.

“Queremos fortalecer a agroindústria brasileira, especialmente a média. Por isso, estamos negociando linhas de crédito especiais para este segmento”, afirmou. Na avaliação da presidente da CNA, o setor privado não deve esperar o tempo inteiro pela ajuda do governo, e sim trabalhar de forma independente para fortalecer suas parcerias e ampliar suas exportações.

“Apesar da competência dos diplomatas, não estamos vendo avanço para o Brasil nas questões internacionais. Estamos ficando pra trás em relação a países vizinhos. Se há problemas políticos e diplomáticos, isso não nos diz respeito. Precisamos fazer nossa parte. Temos a cultura de esperar os programas do governo, mas temos de puxar o carro para o governo vir com o combustível”, afirmou.

No encontro, a presidente da CNA relatou algumas reclamações dos chineses para fechar negócios com os brasileiros. Uma delas é a falta de projetos e de informações referentes ao agronegócio brasileiro. Para sanar esta dificuldade e dar subsídios aos chineses para fechar negócios com os brasileiros, a CNA estará disponibilizando, nos próximos dias, o portal Agroinvest Brasil, onde as empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil poderão acessar os projetos das empresas brasileiras interessadas em ampliar suas vendas ao mercado asiático.

O portal também terá todas as informações referentes ao agronegócio brasileiro e à legislação ligada ao setor. Os detalhes do portal foram apresentados pelo presidente do Instituto CNA, Moisés Gomes.

A senadora relatou, ainda, o interesse das churrascarias brasileiras em investir na China, o que poderá ajudar a reforçar a presença da carne brasileira no continente asiático. Outro produto citado por ela foi o café. Segundo a senadora, apesar do consumo do produto na China crescer 30% ao ano, os chineses consomem apenas 3 xícaras de café/ano, enquanto a média mundial é de 250 xícaras anuais.

“Precisamos criar uma Starbucks brasileira. Meu sonho é que eles passem a consumir, em um primeiro momento, 20 xícaras por ano”, destacou. Para ajudar a promover os produtos brasileiros no exterior, a senadora também falou sobre o Time AgroBrasil, campanha lançada no ano passado para divulgar a imagem ambientalmente sustentável dos produtos agropecuários brasileiros, e que tem como estrelas o ex-jogador Pelé e o ator Murílio Benício.

Programação – A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Tatiana Palermo, apresentou a programação da comitiva que estará em Pequim e Xangai de 5 a 15 de novembro. A agenda inclui, além da participação do vice-presidente da República, Michel Temer, encontros com autoridades chinesas, visitas técnicas, e a realização do seminário Agroinvest Brasil 2013, no dia 12 de novembro, onde os participantes debaterão as oportunidades de negócios entre Brasil e China.

Para o ex-ministro e consultor da CNA, Roberto Brant, em um cenário de crise econômica mundial, a China é um dos principais mercados propícios a abrir novas oportunidades para o agronegócio brasileiro. “Precisamos nos concentrar na China, pois não teremos nenhum futuro na economia se não dermos este salto para o mundo externo. Parado, ninguém acompanha a China e precisamos andar ao lado dela”, ressaltou.

Já o ex-embaixador do Brasil na China e consultor da CNA, Clodoaldo Hugueney, reforçou que, no momento atual de negociações internacionais de comércio, a China se posiciona como uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro. Ele lembrou que o país asiático responde por 30% do crescimento mundial. “A renda da população está aumentando e a população está se urbanizando. Neste contexto, precisamos de um planejamento estratégico de longo prazo ”, enfatizou.

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