Michelle Rabelo, de Rio Verde
Em Rio Verde, uma das maiores feiras tecnológicas do centro-oeste foi palco de um importante encontro. A iniciativa, que traz o que há de mais moderno na área da agricultura, serviu para reunir importantes nomes do agro. Trata-se da Tecnoshow Comigo e de presidentes de 11 Federações, da Agricultura e Pecuária, espalhadas pelo Brasil. Como pontos de discussão, além da necessidade, cada vez maior, de produtores tecnificados, esteve a manifestação pró impeachment que acontece, em Brasília, no próximo domingo (17). Os presidentes ainda discutiram o atual cenário político no país e a necessidade da reconstrução da economia brasileira.
A manifestação em Brasília, que apoia o movimento “Vamos Tirar o Brasil da Lama”, visa acompanhar a votação do impeachment na Câmara dos Deputados e teve forte apoio dos presidentes que vieram a Goiás por convite de José Mário Schreiner, à frente a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). A necessidade do afastamento de Dilma Rousseff é um sentimento unânime dentro da classe e quem esteve em Rio Verde foi enfático ao afirmar que “não há outra saída para o país”.
Para o presidente da Federação de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, em um momento como este, os líderes não podem ignorar os liderados. “Devemos ser contra toda essa bagunça agrária, sobretudo o recente episódio envolvendo a Contag. Foi um absurdo uma situação daquelas acontecer em um local onde
deve-se respeitar a democracia”, disse, fazendo referência à fala de Aristides Santos, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, que defendeu a invasão de terras durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Já o presidente da Federação do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, fez um alerta utilizando a classe produtora em si. “Os produtores rurais querem produzir, gerar emprego, renda, ter uma vida com segurança e dignidade. A partir do momento em que tudo isso é ameaçado, eles precisam tomar uma posição. A Faern apoia integralmente e está imbuída no projeto e na luta a favor do impeachment. Já entendemos que a presidente Dilma não tem a mínima condição de fazer um governo que possa tirar o país do caos que ela mesma colocou. Só com um novo governo, com novas esperanças e novas oportunidades, vamos vislumbrar a médio prazo uma saída”.
Para o presidente da Federação do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha, o impeachment é uma necessidade. Ele acha que o país, como está, obstaculiza muitas ações, até mesmo
À frente da Federação do Acre (Faeac), Assuero Doca, diz que o que está acontecendo no Brasil é uma coisa inaceitável e fora de qualquer parâmetro. “Somos todos pró impeachment. Para quem trabalha e sua para ganhar dinheiro, como o produtor rural, não pode ver o país ser roubado de uma maneira tão escandalosa. Chegamos em um ponto que não tem mais salvação”.feitos da Faeg. “Só temos duas opções: conseguir ou conseguir. É lamentável que os maiores líderes do nosso país aceitem declarações criminosas, como foi no caso da Contag. Não podemos deixá-los acabar com o setor privado, que é fruto de muito trabalho árduo”. Dividindo a mesma opinião de Júlio, o presidente da Federação do Amazonas (Faea), Munir Lourenço, também marcou presença na Tecnoshow.
O presidente da Federação do Ceará (Faec), Flávio Saboya, também foi enfático ao declarar apoio ao movimento. “Quando o presidente da CNA, João Martins, fez uma audiência para ouvir os representantes das Federações dos quatro cantos de Brasil, nós já destacamos nosso apoio ao processo de afastamento de Dilma. Agora, com tanta união e estímulo, não há nenhuma dúvida de que seremos um grande obstáculo à continuidade desse governo”. A opinião de Saboya é compartilhada pelo presidente da Federação do Amapa, Iraçu Colares, “Somos defensores do impeachment. Já estamos nos mobilizando para que essa mudança – tão almejada pela maioria da população – saia do papel”.
Segundo o presidente da Federação de Roraima (Faerr), Sílvio Silvestre, todo esse processo do impeachment representa um momento ímpar na história do Brasil. “Estamos todos sincronizados, falando a mesma língua, em prol do afastamento de Dilma Rousseff. Precisamos mostrar para a sociedade que estamos organizados e que temos lideranças legítimas, representando o setor que empurra o país para frente”. Na mesma linha de Silvestre, o presidente da Federação do Maranhão (Faema), José Hilton, declarou apoio e destacou a importância da unidade no setor. “A nossa Federação é a ressonância de nossas bases. Estamos representando todos os produtores que seguem insatisfeitos com o atual governo. Unidos somos muito mais forte”.
Engrossando o coro do movimento pró impeachment, o presidente da Federação da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, fez questão de destacar a importância do agro para a economia brasileira. “A agropecuária vem respondendo por mais de 40% das exportações – 35% dos empregos e 30% do PIB nacional –. Isso não pode ser esquecido. Essa união pró impeachment não defende somente nosso setor, mas a sociedade como um todo. Precisamos dar continuidade ao crescimento da agropecuária e para isso precisamos de um governo justo. Só assim poderemos sonhar com um país melhor”.