Produção brasileira de sorgo ainda é inexpressiva

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IMG 20160121 WA0000Nayara Pereira

Diante da grande demanda do mercado global pela produção brasileira de soja, milho e trigo, outra cultura como o sorgo ainda tem sua produção tímida e inexpressiva em meio a esse cenário. Um dos grandes fatores se devem à forte produção da China e Estados Unidos, considerados os maiores exportadores do grão. A análise foi feita pelo consultor de mercado e analista da Bolsa de Chicago, Pedro Dejneka, durante mais uma edição do Seminário de Comercialização de Grãos, realizado nesta quarta-feira (20), na cidade de Edéia. O evento, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) em parceria com os Sindicatos Rurais (SRs), visa levar aos produtores goianos do estado, informações sobre o mercado de grãos e as potencialidades da produção.

Dejneka destacou aos produtores rurais a situação do mercado de sorgo e alertou que o grão tem aumentado cada vez mais sua demanda. “Mesmo sendo uma produção relativamente sem expressão, o produtor brasileiro está sentindo o crescimento da produção e investindo nessa possível tendência do mercado pelo sorgo, já que as demandas principais vêm da China, grande produtor e estocador de sorgo e milho”, disse.

O consultor explica que 99% da importação mundial de sorgo sai da China e 99% desse volume é retirado dos Estados Unidos. Com isso o agropecuarista brasileiro viu uma oportunidade para começar a produzir e exportar o sorgo para outros países. “Mas para se manter na produção de sorgo, o produtor precisa ter uma grande demanda para comercialização e até exportação. A palavra de ordem é cautela, principalmente na hora de aumentar a sua produção de sorgo”.IMG 20160121 WA0002

Produção em Goiás

Goiás é considerado um dos maiores produtores de sorgo no Brasil. Segundo o assessor técnico da Faeg, Cristiano Palavro, mesmo com esse ranking de maior produção, muitos produtores estão desistindo de plantar o grão e migrando para o milho. “Não temos uma expansão de área plantada e cultivo do sorgo nos últimos anos. Mesmo assim, Goiás se mantém como um dos maiores produtores, inclusive a região de Edéia, mesmo com o aumento da produção do milho”, destacou.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural (SR) de Edéia, Valério Pires, o grão vem perdendo destaque no município por conta do crescimento do cultivo da cana-de-açúcar. “Perdemos muito na produção de soja e milho, por conta do crescimento das usinas na região. Mas muitos produtores mantém a produção de sorgo em alta na segunda safra”.

IMG 20160121 WA0003O produtor Laerte Lemes, produz em sua segunda safra o sorgo. Sendo a primeira predominantemente à soja. Para ele, se manter na cultura é um desafio a cada safra, mas com cautela e analise dos custos de produção, o resultado é favorável. “Sempre analiso os valores e custos antes de fazer a plantação. O sorgo tem um valor auto fora do país, mas como não temos uma característica de principais exportadores existem barreiras que dificulta a comercialização”, ressaltou.

Avanços

Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, que também estava presente no evento, muitas culturas como o sorgo vem avançando no país. Mas é preciso mais atenção e assistência técnica para quem vive e se mantem em outras produções. “A agropecuária precisa de olhares de todos os lados. Somos o único setor que vem mantendo o país e porque não investir na produção?”, indagou.

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