Michelle Rabelo
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, fez uma verdadeira viagem no tempo no último sábado (4). Ele participou da Queima do Alho de Rio Verde e reviveu, mesmo que por algumas, a época em que as comitivas de peões de boiadeiro e carros de bois cortavam o Estado. As paradas ficavam mais saborosas com as comidas típicas e a festa de Rio Verde resgata os pratos realizando um concurso. Durante o dia, Schreiner fez questão de destacar a importância de manter a tradição viva. “A Queima do Alho é uma tradição importantíssima. Ela mistura história, memória e cultura. Leva os mais velhos para uma viagem no tempo e apresenta aos mais novos uma tradição que não pode ser esquecida”, disse.
A Queima do Alho surgiu há sete anos e foi levada para Rio Verde pelo presidente do Sindicato Rural (SR), Walter Baylão Júnior, pelo produtor Lúcio Silva Moraes e pelo engenheiro agrônomo Danilo Moraes. No evento deste sábado (4), 15 comitivas concorreram na competição culinária e quem compareceu ao Tatersal de Leilões do SR da cidade foi surpreendido por uma chuva rápida, que nem de longe conseguir estragar a festa. No cardápio dos competidores, arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca e carne foram os protagonistas, mas o público também pode encontrar outras delícias da culinária caipira.
Seis jurados foram convidados para avaliar as comitivas e ao final do dia três delas foram premiadas com fivelas autografadas com a logomarca da Queima do Alho. O primeiro lugar foi para a Comitiva Burro Chucro (GO), seguida da Comitiva Ponderosa (SP), e da Comitiva Água Doce (SP).
Transformar a valorização do agro em tradição
O presidente da Faeg, que também responde pelo Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizado Rural (Senar Goiás) andou pelo Tatersal e fez questão de destacar a importância de transformar a valorização da agropecuária brasileira em tradição. “Precisamos valorizar nossa raízes, nosso povo, nossas tradições e, é claro, nosso negócio: a agropecuária brasileira. Comparando a nossa realidade com a de outros lugares percebemos nitidamente o quanto precisamos melhorar e evoluir... e isso só será possível com trabalho conjunto. Enquanto um produtor americano gasta cerca de $ 16 dólares para escoar uma tonelada de grãos, nós gastamos $ 80”.
Schreiner foi enfático ao afirmar que essa força tarefa já está se desenhando com um trabalho feito a várias mãos. “Faeg, Sindicatos Rurais, associações e produtores estão aparando arestas e trabalhando cada vez mais lado a lado. O produtor hoje tem assumido responsabilidades que muitas vezes não são dele, o que tem feito com o que o setor se modernize cada dia mais. Esse precisa ser o começo. O início de uma história de sucesso”.