Nayara Pereira
A Comissão de Equideocultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se reuniu, na última segunda-feira (4), com representantes da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), para discutir assuntos relacionados ao cadastramento de equideocultores através do CPF, educação sanitária e também os recentes casos de mormo identificados em Goiás.
Durante a reunião foi discutido o cadastramento de equídeos e a necessidade da Agrodefesa agilizar as pendências para possibilitar a inserção de cadastro do proprietário de cavalos que não possui propriedade por meio do CPF e não da Inscrição Estadual. Na ocasião, o presidente da Comissão de Equideocultura, Hélio Fábio do Nascimento e a assessora técnica da Faeg, Christiane Rossi, estiveram presentes representando a instituição.
De acordo com Hélio, as reuniões frequentes servem para estabelecer novos caminhos e parâmetros para garantir a saúde dos animais que são expostos em grandes encontros, como as cavalgadas. “Um dos principais problemas que precisamos solucionar são as aglomerações de animais em eventos como as cavalgadas. Não se tem controle dos animais que participam e muito menos o cadastro atualizado dos produtores. Por isso, propomos aos organizadores dos eventos e à Agrodefesa, a realização de reuniões com este público específico, para levar orientações pertinentes sobre o assunto”. Segundo ele, o interessante é aproveitar o momento de exposições agropecuárias e os eventos com equídeos, já divulgados no calendário oficial do estado.
Hélio afirmou que o cadastro de equídeos junto à Agrodefesa será importante para ter dados mais concretos sobre a quantidade de animais que existem em Goiás e da movimentação econômica e sanitária dos mesmos. “Nesse levantamento conseguiremos obter quanto estes animais estão gastando com médicos veterinários, vacina e alimentação, dando números mais precisos dos benefícios que estão trazendo para Goiás”, explica.
O presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo, ressalta a importância de investir em campanhas e palestras aos representantes dos Sindicatos Rurais (SRs) e principalmente aos organizadores dos eventos. “Partindo das várias entidades e instituições como Emater, Senar Goiás, Universidades, buscaremos informar a esses e aos criadores da necessidade do cadastramento junto à agência, mostrando que existe algo mais complexo do que simplesmente a diversão”, enfatiza.
Mormo
Um dos assuntos que ganharam destaque durante a reunião, foram os recentes casos de mormo identificados no Estado. As preocupações, segundo os representantes, giram em torno das cavalgadas, onde animais se aglomeram e aumentam os riscos de contaminação, por não se ter um controle efetivo como é feito dentro dos parques de exposições.
Recentemente, uma égua da raça quarto de milha foi diagnosticada com mormo em um haras de Hidrolândia, na Região Metropolitana de Goiânia. Há menos de seis meses, em outubro do ano passado, outra égua, da raça manga-larga machador, havia contraído a doença e já foi abatida, deixando prejuízos aos produtores envolvidos.
Sobre o assunto, os representantes ressaltaram a importância dos produtores se informar sobre a necessidade dos procedimentos oficiais para a confirmação da doença até o sacrifício, sejam os mais ágeis possíveis, para se evitar prejuízos maiores aos produtores envolvidos.
As medidas necessárias para que, casos como esses não voltem a ser diagnosticados, foram discutidas na reunião. Ainda nesse semestre um laboratório para o diagnóstico da doença em Goiás será implantado. “Essa é uma providência fundamental. Os equipamentos já chegaram e a estimativa é que ele possa ser inaugurado até agosto. Éramos uma zona livre de mormo e agora temos que refazer todo um processo para reaver esse status sanitário do estado”, ressalta Artur Toledo.
Outros assuntos como eutanásia medicamentosa em respeito ao bem-estar animal, treinamentos de médicos veterinários, atualização de resenha também fizeram parte da pauta.