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Sucessão familiar no campo: jovens precisam ter autonomia

Professora da Fundação Dom Cabral Tereza Roscoe apresentou sucessão familiar como questão primordial. Foto Anne VilelaDouglas Freitas

“É preciso desafiar os jovens e as gerações futuras para que possam saber lidar com situações adversas. Além do mais, é preciso total conexão com o mercado para que não se fique para trás, já que muitas vezes os problemas dentro de casa é que afastam as organizações de famílias desse meio. "O mercado não espera ninguém: bobeou, dançou!”. Foram com tais palavras que a professora da Fundação Dom Cabral, Tereza Roscoe, apresentou, na tarde da última quarta-feira (16), durante a 8ª Conferência Internacional de Confinadores (Interconf) 2015, a sucessão familiar como questão primordial para manutenção dos negócios rurais da família.

Da temática, cujo debate é apoiado veementemente pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a palestrante instigou os presentes a pensarem na questão da sucessão familiar como uma preocupação que deve ser tratada desde já. No caso das empresas familiares, Tereza ressaltou que é importante se atentar a questões imprescindíveis como estabelecimento de regras de convivência, controle das ações sob total sabedoria, preservação da identidade familiar e capacidade de superação de adversidades para que o desenvolvimento ocorra e se mantenha continuamente.

Relembrando que as próximas gerações sempre se modificam em relação às anteriores, a professora da Fundação Dom Cabral abordou a questão dos jovens na atualidade e a importância do preparo dos mesmos. Para ela, o grupo vive atualmente em mundo de facilidades o qual pode levar à ruptura de valores e da dedicação ao trabalho. “Os jovens adultos precisam passar da dependência de seus pais a uma posição de autonomia, diferenciação e interdependência. Para que assim, haja consciência dos vínculos criados pelo legado familiar, tanto a nível emocional quanto financeiro”, defendeu.

Mateus Arantes CEO da fazenda São Matheus conta que sistema serviu de alternativa aos veranicos intensos. Foto Anne VilelaAo final, Tereza Roscoe deu dica aos presentes informando que, em termos de contexto, as empresas familiares devem conhecer e saber que o ambiente atual é globalizado, competitivo e que ao longo da cadeia e da organização é preciso manter a co-criação de valores. Em relação às estratégias, ela demonstra que três se destacam: “As organizações familiares devem buscar o equilíbrio entre visão de curto e longo prazo, a maximização das competências internas e um pensamento focado no crescimento como uma questão que deve ser trabalhada diariamente”, enumerou.

Caso de sucesso
Dando continuidade à temática de sucessão, os participantes da Irterconf 2015 puderam conhecer uma experiência que está dando certo no município de Selvíria, em Mato Grosso do Sul, tanto em termos de sucessão familiar quanto de prática agropecuária. Trata-se da Fazenda São Matheus, onde é a 5ª geração de agropecuaristas que administram a propriedade atualmente. Por meio de parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), eles conseguiram desenvolver um sistema, o Sistema São Mateus, o qual busca, por meio de pesquisas, os melhores resultados para a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

Mateus Arantes, CEO da fazenda São Matheus, conta que o sistema serviu de alternativa à pouca chuva e aos veranicos intensos que afetam a região. Além disso, ele ressalta a importância dos valores e das pessoas nesse meio. “Acreditamos em gente, pois para nós da São Matheus a harmonia e o compartilhamento de ideias, valores e conhecimentos são a base para o bom desenvolvimento”, diz Mateus, acrescentando a importância do vínculo afetivo com o negócio e de um ambiente de diálogo.

Do Minerva Foods Leonardo Alencar destacou desafios da qualidade. Foto Anne VilelaProdução, qualidade e indústria
Na mesma tarde, a produção sustentável e com qualidade da carne bovina foi debatida com objetivo de demonstrar os novos rumos de mercado, com foco principalmente nas percepções dos clientes sobre o produto comercializado. Diretamente da JBS Varejo, o diretor de vendas Alexandre Jaeger relatou sobre as expectativas dos consumidores em relação ao produto que compram. “Primeiramente, muitos se atem às questões de garantia de origem e selos de qualidade, em seguida, a sustentabilidade é um dos pontos que mais demandam a compra, pois os que consomem pensam no baixo impacto ambiental”, explicou.

“A praticidade é aquele ponto em que os mais afetados são os setores de produção, os quais sempre tentam se adaptar a formas melhores. Já a variedade conta como o aspecto relativo às necessidades, onde os consumidores sempre buscam a satisfação das mesmas em seu dia a dia”, finalizou Alexandre Jaeger.

Destacando as questões de exportações, Leonardo Alencar, gerente executivo de inteligência de mercado do Minerva Foods, conta que o Brasil tem um grande desafio na área, já que hoje cerca de metade do mercado mundial é acessado e a outra metade está fechada para o país por diversas razões, dentre elas algumas questões de sanidade e outras variáveis que impedem uma maior abertura. “O desafio da qualidade é que está cada vez maior. A pauta é uma evolução do setor, pois se tem as pressões ambientais, da agricultura pegando certo espaço da pecuária. Agora, a produtividade será extremamente necessária, já que o pecuarista ou se torna rentável ou ele realmente irá perder muitas áreas para outras culturas”, esclareceu.

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