Na tarde desta terça-feira (11), técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Minas Gerais conheceram a experiência do Programa Equoterapia Cavalo do Bem, desenvolvido pelo Sindicato Rural (SR) de Piracanjuba em parceria com o Senar Goiás. Entre os principais assuntos discutidos estiveram as parcerias para a realização do programa e a qualidade do trabalho do profissional que proporciona reabilitação física e psicossocial de pessoas com deficiência.
A equipe de Minas Gerais veio ao Estado conhecer o Programa de Equoterapia desenvolvido pelo Senar Goiás que, em 2014, foi inserido na cartilha do Senar Nacional e agora poderá ser instaurado em todo o país. “Tenho observado, particularmente, como são desenvolvidas as parcerias e como se sustenta este programa que é tão grandioso. Não podemos pensar neste projeto apenas por seus resultados, que nos deixaram entusiasmados, mas nos preocupamos também com a forma que poderemos construí-lo de forma organizada e planejada”, destacou Luiz Romilson Araújo Paiva, coordenador da formação profissional rural do Senar Minas.
O presidente do SR de Piracanjuba, Eduardo de Sousa Iwasse, explicou à equipe que para viabilizar a execução do projeto foi necessário buscar parcerias com a prefeitura, Apae, Sicob e Ministério Público. Além disso, o sindicato fundou a Associação de Equoterapia de Piracanjuba para solidificar o projeto. “A associação surgiu para facilitar a doação de verbas de comerciantes e cooperativas ao programa. Além disso, solicitamos à câmara de vereadores a criação de um projeto de lei que permitiu ao município ceder uma psicóloga e um fisioterapeuta para as atividades”, explicou.
Técnicos de Minas, do SR de Piracanjuba e a coordenador do Programa de Equoterapia do Senar Goiás, Fátima Araújo, discutiram ainda a importância do cuidado postural com os profissionais que trabalham com a equoterapia. “A montaria compartilhada pode ser melhor para o profissional e também para o praticante, mas muitas vezes não é adequada ao animal, já que o peso fica mal distribuído”, alertou a coordenadora. Fátima Araújo destacou ainda a importância das rotinas de atendimento serem adequadas às capacidades físicas dos equitadores, psicólogos e fisioterapeutas, que realizam atividades do programa durante até mais de quatro horas.
“É preciso escolher muito bem os profissionais que irão trabalhar com a equoterapia, porque é um trabalho desgastante, embora extremamente gratificante”, evidenciou a psicóloga e coordenadora do programa do SR de Piracanjuba, Ana Paula Martins.
Atendimento
Luise Brito de Siqueira tem 9 anos e participa do Programa Cavalo do Bem, do SR de Piracanjuba, há mais de um ano. Sua mãe, Lucimeire Lázaro de Brito Siqueira, relatou que a menina, portadora de Síndrome de Down, já evolui bastante no que se refere ao convívio social. “Antes ela não ficava num ambiente com mais de duas pessoas desconhecidas. Agora ela já interage com todo mundo”, comentou enquanto a menina se divertia acenando para o cavalo Pocotó, no qual realiza a equoterapia. “O que eu mais gosto de fazer são os exercício”, enfatizou a menina, que no início do tratamento rejeitava atividades com o bambolê, mas que hoje já o utiliza com tranquilidade.
O Programa de Equoterapia Cavalo do Bem iniciou as atividades em Piracanjuba no ano de 2012. Atualmente, três profissionais se dedicam ao projeto, que atende 24 crianças e adultos.