Assessoria de Comunicação do Senar
Depois de 12 dias numa maratona de visitas, conhecendo o universo chinês, os cinco participantes do programa CNA Jovem do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) voltam para casa cheios de expectativas, novas ideias e planos para o futuro profissional no Brasil. Cada um a seu modo, eles contam como foi a viagem e o que ficou marcado de tudo que viveram e presenciaram no país asiático. A programação da viagem foi extensa, passando por diversos pontos importantes que revelaram aos jovens como é a cultura, a economia e o modo de vida chinês.
Para a goiana Rachel Leão Vieira, a viagem à China foi marcada por um sentimento de agradecimento. “Agradeço a esta oportunidade maravilhosa e reforço meu compromisso de auxiliar no que puder para proporcionarmos mais e mais oportunidades como esta para outros jovens. Meus pais, humildes e produtores rurais há mais de 50 anos, foram representados em uma experiência tão rica e amadurecedora, então, tudo que eu fizer ainda vai ser pouco para retribuir”, afirma.
A jovem goiana conta que saiu da China levando no pensamento que para fazer a diferença são necessários sair da zona de conforto, se abrir às novas oportunidades e trabalhar em conjunto com organização e estratégia. “A capacidade deste povo de se transformar, de se dedicar a novos desafios, de se adaptar ao mundo moderno respeitando as tradições, de superação, de conquistas é realmente uma coisa que impressiona. E tudo isso me mostra que nada é impossível. Que quando queremos uma coisa temos que lutar até o fim para conseguir e que se fizermos juntos o resultado pode ser surpreendente”, relata.
Presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner se orgulha da jovem. “É da nossa terra uma das cinco selecionadas pela CNA como jovem liderança do agro. Que orgulho! Não conheço nenhum setor tão inovador no aspecto tecnológico como o agronegócio brasileiro. Temos muito a contribuir com o Brasil e precisamos da participação de cabeças jovens e antenadas”, completa.
Potencial empreendedor
Para Carolina Heller Pereira, do Rio Grande do Sul, o que mais a impressionou foi o potencial empreendedor da China. Segundo ela, eles são eficientes e têm atitude e isso deve ser aproveitado pelo Brasil. “Estas características de empreendedorismo, capacidade de expansão e concretização dos empreendimentos são atitudes que devemos ter no nosso dia a dia como profissionais e líderes do Agro. Temos que ter a capacidade de agir localmente nas nossas áreas do setor agropecuário, mas pensar globalmente de como e para quem queremos produzir o que estamos produzindo”, reflete.
Carolina conta que se entusiasmou com as diferenças dos chineses, que podem representar um ponto importante no relacionamento comercial com o Brasil, acredita. “Os chineses comem diferente, se vestem diferente, tem uma língua diferente, gostos e atitudes diferentes. Para que seja possível produzir e exportar alimentos para este país temos que conhecer a sua cultura e raízes para que seja viável produzir de forma sustentável aquilo que eles queiram. Este exemplo é totalmente aplicado para nossas vidas profissionais, onde é o consumidor final que manda e demanda aquilo que deve ser produzido.”
Peculiaridades
As peculiaridades do povo chinês também chamaram atenção da jovem Dyovanna Depolo de Souza Pinto, do Espírito Santo. A determinação, força de vontade, crescimento e disciplina chineses são alguns dos pontos que marcaram a viagem para ela. “Levarei isso da China para a minha vida profissional, para minha estrutura de base na fazenda e para o agro. Mostrar que com foco e determinação poderemos ir longe e conquistar o que queremos. Primeiramente vou levar para a minha propriedade e para meu sindicato local, quero fortalecê-lo e assim ir subindo e crescendo o setor na região, no estado, no Brasil e no mundo”, planeja.
“Quero, juntamente com a Federação, obter e colocar em prática planos que eu e os outros jovens temos, cada um para seu estado. Foi com essa força de vontade e determinação que voltei da China e sei que podemos e somos capazes de fazer acontecer!”, completa Dyovanna.
A imersão na cultura milenar chinesa com todo seu potencial econômico empolgou Cézar Augusto Tumelero Busato, da Bahia. Para ele, a experiência no país asiático foi “visceral”. “Vi a inventividade chinesa, a sagacidade deles e pude ter ideia dos seus desejos e anseios e vislumbrei oportunidades. O mercado de alimentos tende a crescer muito, a urbanização altera hábitos, gera necessidades, como de produtos de qualidade, pois comida para os chineses é status, quase sagrada, levada muito a sério. Eu como produtor de commodities vi que a comercialização direta com o mercado chinês é impossível até que tenhamos uma logística interna adequada, portos de águas profundas em quantidade e qualidade instalados no Brasil”, acredita.
Para o jovem, a gestão regular de uma empresa muito se assemelha com o governo chinês, as ordens vêm de cima e a exatidão dos negócios depende do planejamento e conhecimento do conjunto. “Isso eu pretendo ter como mantra, conhecer, planejar e executar, sempre com eficiência e precisão, padronizar processos, treinar as pessoas para que os executem como um cozinheiro chinês que demora anos para aperfeiçoar a técnica de cortar legumes, mas depois disso é um mestre na sua função”, explica. “Se conseguir aliar a capacidade de reproduzir processos em série com a criatividade brasileira, o potencial será incrível. A falta de disciplina é o fator impeditivo para isso, mas devagar podemos tentar, essas são as lições que levo para minha vida profissional de agricultor do cerrado brasileiro”.
Dimensões comerciais
Sobre as dimensões comerciais e industriais chinesas, Murilo Eduardo Ricardo, de Mato Grosso do Sul acredita que as cidades de Changai e Pequim, por exemplo, não podem ser comparadas a nenhuma outra cidade no mundo. “Nem mesmo Nova Iorque ou Los Angeles chegam perto da tecnologia de urbanização existente na China. O comércio é fácil e rápido, sem burocracia para produzir. Visitamos galpões de indústrias que basicamente são um barracão e um ponto de luz, mas geram riqueza”, revela entusiasmado. “Com a globalização a China precisou se reinventar e fez isso em 15 anos enquanto outros países demoraram 300. O governo é organizado e eficiente, trabalha com planejamento a médio e longo prazo. A pressa e a pujança desse povo realmente não tem limites”.
Andréa Barbosa, chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social do Senar, acompanhou o grupo durante os 12 dias na China e diz que a viagem foi muita rica. “Este país é um misto de cultura milenar e modernidade futurística. O sentimento é de dever cumprido, crescimento profissional e de muita troca de experiências do grupo do CNA jovem. A mensagem de que nada é impossível e que precisamos ser empreendedores em nossas ações está fortemente enraizado em nossas mentes”, comemora. “Esperamos que essa experiência possa realmente mudar a realidade deles, dos setores em que atuam e do agronegócio dos seus respectivos estados e do Brasil”.
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