Um veranico na fase final do desenvolvimento das lavouras de soja na região sudoeste de Goiás trouxe preocupação e prejuízos aos produtores. O assunto foi a tônica do Seminário de Comercialização e Mercado Agrícola, promovido pelo Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural, nesta sexta-feira (24), no município de Rio Verde.
"Tinha tudo para ser uma safra excelente, mas a estiagem e o ataque de lagartas provocou perdas importantes", conta o produtor rural de Rio Verde, Luciano Guimarães. O produtor iniciou a colheita de seus 2,3 mil hectares de soja há dois dias e já estima que terá uma perda de 15% na produção, sobretudo, nas áreas de soja precoce.
Luciano também conta que durante todo o período produtivo travou uma batalha no controle de lagartas helicoverpa e falsa medideira. "Na minha área a população foi baixa, mas sempre com presença de lagarta nas plantas", relata.
Membro da diretoria do Sindicato Rural de Rio Verde, Luciano se preparou para o cenário de mercado que encontraria no início da colheita. Fixou a futuro cerca de 55% da produção e estava atento às recomendações dadas pelo analista da FCStone, Gustavo Bezerra, palestrante dessa edição dos Seminários de Comercialização. Mais de cem produtores e técnicos acompanharam a palestra.
O produtor entende que a melhor ferramenta nesse momento é a informação. Para o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, presente no evento, é o momento ideal para o produtor se munir de dados que o ajudarão a tomar decisões nas próximas semanas.
"São com essas informações que o produtor irá optar pelo melhor momento de comercializar a soja, que ainda não foi fixada, e o quanto produzirá de safrinha", explica José Mário. Ter um olhar de 360 graus é fundamental para evitar prejuízos.
A primeira preocupação é com notícias de safras cheias nos principais produtores mundiais. A recomendação de Gustavo Bezerra é de o produtor ficar, agora, de olho no desenvolvimento da safra nos países da América do Sul e, a partir de maio, no desenrolar da safra nos Estados Unidos.
O especialista também recomenda atenção aos movimentos de grandes consumidores dos produtos agropecuários produzidos por aqui, como a China. A estimativa é de que o cliente asiático aumente em 10 milhões toneladas de soja os níveis de importação do produto, o que reflete a nova política chinesa de incentivo ao consumo.